quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Viúvas de Braga e outros Doces do Convento dos Remédios


Virgílio Gomes

Autora: Anabela Ramos
Editora: FICTA
ISBN: 9789899971424

Há uma preocupação constante sobre a certeza de doçaria que seja, de facto conventual. Muita doçaria que é vendida como conventual não tem suporte documental, nem investigação relacionada, que permita afirmar a sua origem. Falta também clarificar o que, realmente, é “doçaria conventual”. Certo que teremos de aceitar a transmissão por via oral e que instalou tradições continuadas locais ou regionais.
Anabela Ramos, investigadora, percorreu um longo caminho investigando a documentação relacionado com o Convento dos Remédios, de Braga, que a levasse a uma possível inventariação dos doces que tradicionalmente estão ligados àquela instituição. Para melhor entender a vivência dos conventos e a sua relação com a produção doceiras, o livro tem um texto, Introdução, assinado pelo Dr. Ricardo Silva que é muito importante ler.
A autora dedica ainda textos sobre “O labor doceiro dos conventos”, “As técnicas conservação” e “Os segredos do sabor” que nos levam a compreender melhor o porquê desta investigação, e a organização do livro. O livro desenvolve-se em dois capítulos doceiros com as respetivas receitas: “Doces de forno” e “Doces do tacho”. Vou apenas citar alguns mais conhecidos entre nós como fartes, fidalguinhos, maçapães, pastéis dos Remédios ou viúvas (que deram título ao livro), queijadas, toucinho do céu, aletria, arroz doce, doce fino, morcelas… e muitos mais para descobrirem.
A autora teve o cuidado de explicar, não encontrando as receitas, quais os documentos que visionou e as fórmulas de confeção que tradicionalmente se preparavam na região. Algumas vezes apresenta e propõe mais do que uma receita para cada título. Por exemplo para as “viúvas” vamos encontrar cinco receitas.
Um livro a não perder para quem gosta de trabalhos sérios de investigação e também para os curiosos que gostam de meter a mão na massa.

Parabéns para a autora, e para a editora.

© Virgílio Nogueiro Gomes

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