JORGE LAGE |
Na quadra natalícia é hábito oferecerem-se presentes
à família e amigos. Eu sou contra esta tendência e acho que o consumismo nunca
foi bom conselheiro da humanidade. Esta competição e ganância consumistas
conduziram a sociedade para um mundo, por vezes, irracional. É tanto verdade
que os alarmes do planeta Terra dispararam. Depois, vemos atitudes irracionais
de alguns que se dizem ambientalistas mas, no fundo, querem o melhor conforto e
fama. Se vestem as mesmas roupas que nós, se usam as mesmas tecnologias, ou
consomem outros seres vivos, animais ou plantas, a factura é sempre do nosso
planeta. Por mais que proíba o inquisidor coimbrão, estou em crer que a soja ou
o milho que se consomem tratam pior a Terra e a sua biodiversidade do que as
vacas barrosãs, mirandesas, cachenas, arouquesas, jarmelas ou mertolengas
alimentadas em pastos tradicionais. Basta ver o que o aumento da produção de
soja está a causar na Amazónia profunda. Apesar de durante meia-vida me ter
dedicado como voluntário à causa arbórea, biodiversidade e cidadania com
professores e alunos, não me tornei extremista, nem radical. Voltando ao título
desta nota tenho que me virar para os livros.
São um complemento vitamínico saudável para o nosso intelecto e psíquico. As pessoas que sentem a velhice ou a ruína dentro do seu corpo e não lêem, não andam e não conversam com a vizinhança e amigos, estão a caminhar para a dependência, para a demência e para uma amarga solidão sem limites. A epidémica doença dos velhos cola-se-lhes aos ossos, à memória e à alma. Bem! Isto para vos dizer que se devem ler livros e jornais, não basta colarmo-nos ao pequeno ecrã, porque este está mais formatado para o engodo e que pouco nos exercita. É preciso ler ou reler livros, revistas ou jornais. Assim, um bom livro é uma boa companhia se o soubermos escolher e o lermos. Alguns, como os etnográficos ou etnolinguísticos podem ser uma afável companhia de sofá ou da mesinha de cabeceira. Não devemos ter pressa em terminar a sua leitura mas antes saboreá-la. Se tiver imagens ou fotografias devemos dialogar ou interpretar os registos pictóricos que se nos oferecem. No final, devemos ficar mais felizes e enriquecidos. Quando, após uma leitura sentimos o vazio, é um sinal que esse livro não presta para nós e não o devíamos ter comprado. Um livro tem que nos enriquecer e dar prazer. Eu estou focado em livros de filologia, etnolinguística, etnografia e monografias da área geográfica em que centro o meu trabalho de escrita. Rejeito a maioria dos livros. Sou avesso à globalização da escrita do entretém, e prefiro o que é nosso. É como se preferisse um bom frango ou uns ovinhos aos frangos e ovos de aviário. Por mais publicidade que façam não me convencem. Assim, muitos dos livros anunciados na televisão e rádio das grandes editoras que existem para sugar o dinheiro podem não ter qualidade, sendo mais tarde vendidos ao quilo ou em feiras dos livros que gente bacoca da cultura de alguns municípios, preferindo vender o lixo livreiro da capital aos escritores locais e regionais. Mas, a quadra que se aproxima deve ser de paz, alegria e felicidade, sendo melhor aconselhar uma ou outra leitura. Os livros que saíram este ano sobre Mirandela e sugiro: «Gente da Minha Terra», o melhor livro de Nuno Nozelos (encontra-o na Livraria Académica ou na Foto Nozelos); de Jorge Golias: «História do Sport Clube de Mirandela» e «História da Fotografia de Mirandela» (livrarias: Cristina e Académica); «Hagiografia Paroquial e Património do Concelho de Mirandela», do Cónego Silvério Pires – um livro monumental; «Travessia – Poemas de uma vida», de João de Deus Rodrigues (de Morais e raízes em V. N. das Patas); «Frentes de Fogo», «Por esta Terra Adentro» e «Trade Mark», de Pires Cabral. Boas escolhas, boas leituras e boas-festas, amigo leitor!
São um complemento vitamínico saudável para o nosso intelecto e psíquico. As pessoas que sentem a velhice ou a ruína dentro do seu corpo e não lêem, não andam e não conversam com a vizinhança e amigos, estão a caminhar para a dependência, para a demência e para uma amarga solidão sem limites. A epidémica doença dos velhos cola-se-lhes aos ossos, à memória e à alma. Bem! Isto para vos dizer que se devem ler livros e jornais, não basta colarmo-nos ao pequeno ecrã, porque este está mais formatado para o engodo e que pouco nos exercita. É preciso ler ou reler livros, revistas ou jornais. Assim, um bom livro é uma boa companhia se o soubermos escolher e o lermos. Alguns, como os etnográficos ou etnolinguísticos podem ser uma afável companhia de sofá ou da mesinha de cabeceira. Não devemos ter pressa em terminar a sua leitura mas antes saboreá-la. Se tiver imagens ou fotografias devemos dialogar ou interpretar os registos pictóricos que se nos oferecem. No final, devemos ficar mais felizes e enriquecidos. Quando, após uma leitura sentimos o vazio, é um sinal que esse livro não presta para nós e não o devíamos ter comprado. Um livro tem que nos enriquecer e dar prazer. Eu estou focado em livros de filologia, etnolinguística, etnografia e monografias da área geográfica em que centro o meu trabalho de escrita. Rejeito a maioria dos livros. Sou avesso à globalização da escrita do entretém, e prefiro o que é nosso. É como se preferisse um bom frango ou uns ovinhos aos frangos e ovos de aviário. Por mais publicidade que façam não me convencem. Assim, muitos dos livros anunciados na televisão e rádio das grandes editoras que existem para sugar o dinheiro podem não ter qualidade, sendo mais tarde vendidos ao quilo ou em feiras dos livros que gente bacoca da cultura de alguns municípios, preferindo vender o lixo livreiro da capital aos escritores locais e regionais. Mas, a quadra que se aproxima deve ser de paz, alegria e felicidade, sendo melhor aconselhar uma ou outra leitura. Os livros que saíram este ano sobre Mirandela e sugiro: «Gente da Minha Terra», o melhor livro de Nuno Nozelos (encontra-o na Livraria Académica ou na Foto Nozelos); de Jorge Golias: «História do Sport Clube de Mirandela» e «História da Fotografia de Mirandela» (livrarias: Cristina e Académica); «Hagiografia Paroquial e Património do Concelho de Mirandela», do Cónego Silvério Pires – um livro monumental; «Travessia – Poemas de uma vida», de João de Deus Rodrigues (de Morais e raízes em V. N. das Patas); «Frentes de Fogo», «Por esta Terra Adentro» e «Trade Mark», de Pires Cabral. Boas escolhas, boas leituras e boas-festas, amigo leitor!
Provérbios ou
ditos de Dezembro:
De bom castanheiro, boa acha.
Em Dezembro, descansa mas não durmas.
Água e vento
são meio sustento. Parte superior d
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