quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Cultura Transmontana vive amordaçada pelos mass media


BARROSO da FONTE
Nem com o maior índice de membros de governo por distrito, Trás-os-Montes consegue para os seus autores e artistas, mais apreço para quem mais sofre para neutralizar o abismo da menorização dos seus naturais. Se há regiões do país que têm suportado os horrores da interioridade, Trás-os-Montes e Alto douro, sempre foi e teima em ser aquele que foi o coração do primitivo Condado Portucalense.
Quando Santana Lopes, na qualidade de Secretário de Estado, transferiu a Delegação Regional da Cultura Norte, do Porto para Vila Real, chegou a pensar-se que tal mudança seria o primeiro passo para a descentralização que urge concretizar. Já 25 anos tudo está como estava em 1994. A essa experiência não foi corroborada por outros serviços e a dispersão de serviços, sobretudo administrativos, não produziu resultados práticos porque tudo passa pelo Porto.
Em Vila Real e Bragança houve delegações da RTP que incrivelmente deixaram de dar sinal. Raramente é dada imagem e voz aos muitos e valorosos agentes culturais que se vão revelando em obras ao vivo, quer musicais, artesanais, literárias ou científicas. Quando se completavam 20 anos desde a transferência da delegação do Porto para Vila Real, David Carvalho, diretor artístico do Teatro Filandorra lamentava que a Companhia fosse estrear uma peça da autoria de um escritor reconhecido da região apenas com o apoio das autarquias locais o assunto foi decidido em Lisboa, sem terem qualquer informação do que se passa ma região. Pergunto-me - confessa David Carvalho, - qual será a função do Diretor Regional da Cultura ou se o erro está em Lisboa que não dá poder às delegações regionais». Concluía este diretor artístico: «as delegações regionais foram sendo esvaziadas de recursos humanos e logísticos. A atual sede não é um organismo vivo de ligação com os agentes culturais, só existe formalmente».
MIGUEL VEIGA
JOÃO de DEUS RODRIGUES
Os distritos de Bragança e de Vila Real, tal como algumas Casas regionais (Lisboa e Porto), mais a Academia de Letras de Trás-os-Montes e o Grupo Cultural Aquae Flaviae, têm-se revelado como núcleos vivos da verdadeira cultura, graças à notável capacidade artística dos seus agentes Transmontanos. O Grémio Literário de Vila Real, a par da Academia de Letras de Trás-os-Montes, mais a Biblioteca Adriano Moreira e o Grupo Cultural Aquae Flaviae em torno das gradas personalidades, como Adriano Moreira, Hirondino Fernandes, João de Araújo Correia. Pouco antes partiram: Miguel Torga, Edgar Carneiro, António Cabral, Fernão de Magalhães Gonçalves.
Da Casa de Lisboa chegam os prémios Adriano Moreira para Manuel Veiga e João de Deus Rodrigues. Em Novembro no mesmo espaço cultural de Bragança reaparecera «E eu a cuidar!...»
Hirondino Fernandesdo novo Abade de Baçal Hirondino Fernandes:
São meia dúzia de contos em linguagem popular que se procura salvaguardar. É uma edição do Município de Bragança, que reúne várias histórias das décadas de 70 e 80 do “século anterior” já publicadas em jornais e revistas. “É um livro diferente, é um livro único, pois utiliza uma linguagem que hoje já não é usada normalmente no dia a dia, mas que vem retratar aqui muito daquilo que era as expressões e a forma como os transmontanos comunicavam há uns anos”, Mais uma obra bem-disposto Hirondino Fernandes, no alto das suas 90 primaveras, referindo que o livro, que é uma edição do Município de Bragança, retrata várias histórias das décadas de 70 e 80 do “século anterior” já publicadas em jornais e revistas».  
Barroso da Fonte

Sem comentários:

Enviar um comentário

CONVERSAS DE VIAGENS

                             LAGOAÇA  e  FORNOS - vista aérea Por  JORGE  LAGE Graças à sólida grata amizade com Armando Palavras tenho re...