A crueldade, as torturas, os fuzilamentos em massa assemelharam-se, para quem os presenciou, a um baile de demónios enlouquecidos. Neto, no comando do Estado e do MPLA, jamais se preocupou com o inferno que se alastrava no interior das prisões e dos campos de concentração. Os seus “anjos da morte”, ocultos nas cloacas da sociedade, faziam chafurdar as suas vítimas nos pântanos de sangue dos calabouços. Por trás da vaga de chacinas do 27 de Maio estiveram os serviços secretos do regime, totalmente subordinados a Neto. Sem piedade, o ditador derramou o sangue de milhares de angolanos num desfecho trágico em que sequer se pouparam crianças e adolescentes. Neto preferiu resolver à bala e por massacres generalizados as rixas e os enfrentamentos que dividiam os altos escalões de liderança do MPLA.
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