Carta aberta a João Galamba.
Caro João. Recentemente foi envolvido num escândalo de corrupção e
favorecimento numa concessão milionária de exploração de lítio, pelo Estado, a
uma empresa ligada a militantes e ex-governantes do partido socialista, criada
por um empresário investigado por desvio de fundos comunitários.
Passou os últimos dias a acusar jornalistas de mentirosos, e de
aproveitadores aqueles que exigem explicações. Mesmo assim, embora até o
Ministério Público tenha iniciado uma investigação, soubemos hoje que foi
promovido a secretário de Estado Adjunto pelo ministro do Ambiente.
Escrevo-lhe esta carta porque estou farto de pessoas como senhor, que se
aproveitam dos cargos públicos que ocupam, enquanto tentam esconder aquilo quem
realmente são.
Eu sei quem realmente é.
É o João Galamba que em outubro de 2014, antes da Operação Marques começar,
usou a influência de deputado para avisar José Sócrates que estaria a ser
investigado embora fosse segredo de justiça.
É o João Galamba que entre 2013 e 2014 frequentou os famosos jantares
privados com José Sócrates, pagos pelo amigo Carlos Santos Silva.
É o João Galamba que recebeu 34 mil euros em ajustes direitos do governo
Socrático, por gerir um blogue de apoio a José Sócrates.
Continua a ser o João Galamba que sempre se colocou ao lado de José
Sócrates e o defendeu acerrimamente, acusando até o Ministério Público de “perseguição
política”.
Agora, é o João Galamba que, embora se disfarce de revolucionário, não
passa da continuidade dos velhos vícios. Os velhos vícios de uma era que tanto
defendeu mas que não está assim tão distante. Faz parte do grupo que tem o
descaramento de se afirmar como “a renovação”. O grupo daqueles que, no fundo,
não passam dos restos que fecharam os olhos quando os deveriam ter aberto,
calaram quando deveriam ter pedido desculpa e fugiram para depois,
convenientemente, voltarem.
Tenho dito.
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