BARROSO da FONTE |
Foi José Mattoso o medievalista que chamou ao 24 de
Junho de 1128, «a primeira tarde Portuguesa». É evidente que desde esse recuado
dia da Batalha de S. Mamede, muitas e, cada qual, a mais simbólica data, foram
precisas para consolidar a História de Portugal que, em 2028, completará 900
anos de existência como Pátria lusa.
Como Nação
europeia das mais antigas e mais arriscadas missões civilizacionais, nos cinco
continentes do planeta: Terra, Mar e Ar, Portugal criou, difundiu e deu ao
mundo, uma Língua que é hoje, dos maiores tetos do hemisfério que se conhece e
que permite ecoar em todos os pontos cardeais do universo.
As comemorações
dos grandes feitos mundiais devem ser preparados e intuídos à distância de
décadas, sob pena do seu eco não chegar, a tempo e horas aos confins do globo.
É certo que Portugal ainda não acertou a cronologia destes quase nove séculos.
Internamente preocupou-se mais em levar, o mais longe possível, a boa nova da
aventura, da descoberta e dos valores humanitários, do que pensar em si e nos
seus problemas existenciais. Desses saltos qualitativos falam as viagens
marítimas para o oriente e para o ocidente, para o norte e para o sul. As
caravelas cruzaram-se nos altos mares e, dos feitos, que foram talentosos,
muitos e eloquentes, falam os pergaminhos, as obras e os mapas cartográficos
que se dispersaram, por todos os centros, uns já decifrados e outros em fase
disso.
Da Língua já a CPLP (Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa), se vem ocupando, devendo ser das primeiras estruturas a serem
convocadas para essa cimeira da Lusofonia. Da história, das ciências e das
artes se devem ocupar as academias, as plataformas, as universidades, os
institutos e todos os departamentos internacionais, nacionais, regionais e
locais.
Internamente urge desenvolver esforços, saberes e
vontades para diluir divergências, acertar pontos de vista e reconciliar
divisões, até à última resistência. Algumas dessas barreiras, aparentemente
mais difíceis de equacionar relacionam-se com datas, interpretações e falhas
intransponíveis como documentos escritos ou provas factuais.
Dois exemplos visíveis: A dada altura, a pretexto de
celebrar o valor da Raça, elegeu-se o 10 de Junho para Dia de Portugal.
Invocou-se o dia da morte de Luís de Camões e, já em democracia, adicionou-se a
essa data, o dia das Comunidades. Pelas razões atrás referidas o poder político
deverá entender-se, bastando trocar 10 pelo 24 de Junho. É um acerto correto,
necessário e sem prejuízos de qualquer espécie.
O segundo exemplo tem a ver com o primeiro: todas as pátrias têm o seu primeiro dia. Do mesmo modo todos os povos têm o seu herói fundador. Tal como dia 24 de Junho foi «a primeira tarde Portuguesa» e pela garra de Afonso Henriques, também se deve celebrar o dia do nascimento desse herói nacional que foi dia 25 de Julho. Nem precisamos do ano.
O segundo exemplo tem a ver com o primeiro: todas as pátrias têm o seu primeiro dia. Do mesmo modo todos os povos têm o seu herói fundador. Tal como dia 24 de Junho foi «a primeira tarde Portuguesa» e pela garra de Afonso Henriques, também se deve celebrar o dia do nascimento desse herói nacional que foi dia 25 de Julho. Nem precisamos do ano.
Estes dois acontecimentos motivaram a fundação da Grã Ordem Afonsina, Vida e Obra de D. Afonso Henriques, no dia 13 de Fevereiro deste ano. Meio ano depois já esta Associação adquirira personalidade jurídica. E vem declarar-se, publicamente, legitimada para, com outras, se associar à «Garra Vimaranense» que o atual presidente da Câmara de Guimarães anunciou para incrementar o turismo. Trata-se da mesma cidade, do mesmo chão pátrio, do mesmo berço nacional que foi primeira capital histórica, foi terra natal do Rei Fundador, e espaço geográfico da Batalha de S. Mamede, onde a Portugalidade fecundou e assumiu a «garra» que não poderá ser apenas dos Vimaranenses mas de todos aqueles que partilham, orgulhosamente da Diáspora e, desde hoje até 2028, a cimeira da Lusofonia.
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