Livros recebidos pelo grémio literário de vila real

Isabel Maria Fidalgo Mateus, Mariana – O urso-pardo sábio dos saltimbancos

Ed. de Autor, 2019

Isabel Mateus (Torre de Moncorvo, 1969), radicada desde 2001 em Inglaterra, onde tem exercido funções docentes e outras, é autora de uma produção literária abundante, boa parte da qual dedicada à ruralidade.

Iniciou em 2013 uma série de novelas (a chamada ‘Colecção dos Bichos’), com Farrusco – Um cão de gado transmontano, a que deu continuidade com Sultão – O burreco que veio de Miranda (2015), Signatus – O lobo do Fojo de Guende (2016) e Santiago – O lince da herdade das Romeiras (2018).

Surge agora um quinto volume, desta feita dedicada a uma espécie animal não autóctone: Mariana – O urso-pardo sábio dos saltimbancos.Partindo de um pequeno excerto do Romance da Raposa, de Mestre Aquilino, Isabel Mateus dá-nos com segurança narrativa a história de um urso que foge aos saltimbancos que o exploram nas feiras e sonha repovoar com ursos a Terra Fria Transmontana, onde em tempos recuados foram abundantes.

A obra demonstra, à semelhança de toda a série, óbvias preocupações ambientais que recomendam a sua leitura (e também a sua exploração pedagógica) nesta época em que a natureza é sistematicamente maltratada pelo homem.

António Mosca, O gato que plantava afetos seguido de Rapazes e Bichos

Editora Cidade Berço, 2019                                                                                                                                   

António Mosca (nascido em 1943) vem este ano de 2019 a público com o seu segundo livro.

Tinha publicado em 2011 uma obra monográfica intitulada Quem me dera naqueles montes, que constitui um valioso estudo etnográfico e linguístico sobre a sua aldeia natal (Monte de Arcas, no concelho de Valpaços).

O trabalho agora vindo a lume — O gato que plantava afetos seguido de Rapazes e bichos — é radicalmente diferente do anterior, embora a vivência rural esteja presente de princípio a fim: já não se trata de um trabalho de natureza descritiva, mas sim de um conjunto de narrativas breves em que os animais assumem protagonismo.

O livro, que se diria destinado ao público infantil, mas não só, lembra em certos momentos duas obras que são dois marcos fundamentais na literatura portuguesa de temática animal: O romance da raposa, de Aquilino Ribeiro, e os Bichos, de Miguel Torga.

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