As razões fornecidas pelo Presidente da República
para a substituição da Drª Joana Marques Vidal são, além de aceitáveis,
politicamente (no mais puro dos termos) correctas.
Qualquer individuo que tenha dedicado umas
horas a aprofundar as questões da democracia, terá de com elas concordar.
Porque não são questões novas. Têm, pelo menos, cerca de 2500 anos! Aristóteles
na sua obra fundamental, Politica (Liv. VI), definiu as regras da
democracia moderna. E uma delas dizia exactamente isto: “impedir que o mesmo cidadão exerça
duas vezes a mesma magistratura” [ou seja, o mesmo cargo público]. Mas nesse mesmo ponto acrescentava: “ a não ser em raras circunstâncias e apenas naquelas escassas magistraturas que não se relacionam com a guerra”. E é esta a questão que interessa para o
caso.
Portugal, desde 2005, vive um caso excepcional.
Qual? O da corrupção! E jamais se levantará, enquanto não for combatida
totalmente. Embora para alguns seja o melhor país do mundo, e para outros o
Paraíso! Será, será, para os corruptos, vigaristas e ladrões!
Quer queiram, quer não queiram, José Sócrates é
um ladrãozeco de bairro que se transformou em chefe de grupo; um demagogo que comandou o país, não através da LEI, mas do Decreto. Um grupelho de
gente indecente que o acompanhou enquanto dele se serviu. Uma gentalha que em
nada se diferencia daquela que patrulhou os EUA durante a lei seca, colocando nas chefias da Administração gente Ad infinitum!
Com esta gente na governança, corromperam-se
todas as instituições – da Saúde à Educação; das Finanças ao Exército, e por aí
adiante! Uma Administração Pública em que se não pode confiar!
A presença da Troika entre 2011 e 2015 trouxe
algumas garantias a este combate, desde logo com a nomeação de Joana Marques
Vidal para PGR, escolha de Pedro Passos Coelho. E não há dúvida que o cidadão
comum teve a noção ( e a sensação) de que a LEI estava a ser igual para todos. Do mais pobre ao
mais rico! Na verdade, nesse período aconteceram coisas nunca vistas: José
Sócrates cativo em Évora, Ricardo Salgado de pulseira em casa, o dos Robalos
condenado a prisão efectiva, e por aí fora. Bastou que se assaltasse o poder
(embora por vias legais) para que as coisas estranhas que aconteceram no tempo
da ladroagem socrática, passassem, de novo, a acontecer!
Portugal continua um país corrupto; um país regido por Decreto, não pela LEI. Todas as semanas aparece um caso. Esta foi o caso da PJ do Exército! Ponham os
olhos em ANGOLA, a do tempo de João Lourenço!
Ora por estas razões, é que manter Joana Marques Vidal por mais um mandato seria sensato. Mas que sensatez tem Catarina, Jerónimo ou Costa?
A quem assalta o poder pelo poder, a corrupção não lhe faz comichão!
Actualizado a 27 de Setembro de XVIII
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