No primeiro fim-de-semana do mês de
Setembro (7,8, 9 e 10), vai realizar-se a grande festa anual de Lagoaça, que os
lagoaceiros festejam em honra da Senhora das Graças.
É uma festa recente, com origem no
século XIX. A devoção a Nossa Senhora das Graças, denominada também da Medalha Milagrosa, resultou, segundo
testemunhos da época, da aparição de Maria a Santa Catarina de Labouré, noviça
da congregação das Filhas da Caridade no convento de Paris, a 27 de Novembro de
1830.
A Senhora das Graças foi ainda muito
venerada no período colonial brasileiro. A primeira igreja do Brasil a ela
dedicada foi construída em Salvador, por Diogo Álvares, o Caramuru.
A sua iconografia não difere do relato
da vidente: “ (…) estava de pé, vestida com um vestido de seda, cor de branco
aurora. Cobria-lhe a cabeça um véu azul que descia até aos pés (…) as mãos
estenderam-se para a terra, enchendo-se de anéis cobertos de pedras preciosas,
mais belas umas que as outras (…) jorrando feixes de luz em todas as direcções
(…)”.
Normalmente é representada sobre o globo
terrestre esmagando a cabeça de uma serpente que simboliza as forças satânicas.
Aliás, iconografia fundamentada na passagem bíblica da Mulher do Apocalipse que
escapa à serpente (Ap. XII; 13- 18); a Serpente antiga do Génesis (II; 1-5), ou
a de Amós (IX; 1-4).
Os únicos elementos que existem sobre a
origem desta festa, em Lagoaça, encontram-se publicados na revista Terra Nossa (2002) que era editada pela
sua Comissão de Festas, mas onde se não citam fontes: no ano de 1869 é nomeado
seu mordomo António Augusto Lopes Antunes. Em 1885 a Junta pagou a Francisco
Manuel Lopes 18$600 por despesas que fez para essa festa.
São ainda referidos escassos elementos
sobre os anos de 1886, 1887 e 1889. Os restantes (também escassos) são já do
século XX.
Foi sempre uma festa de arromba. Na
região não conhecemos nenhuma com a sua dimensão. Além do foguetório, sempre
extraordinário, que os espanhóis de Mieza anseiam todos os anos, por volta da
meia-noite de Domingo, os programas religioso, recreativo e cultural são sempre
soberbos. A título de exemplo, em 2011, a sua Comissão de Festas, patrocinou
uma colectânea de autores transmontanos (c. de 75), com mais de 400 páginas,
editada pelo empresário António Neto
(Exoterra).
Este ano, apoiou a Antologia de Autores Transmontanos, Durienses e da Beira transmontana,
como se percebe no seu cartaz, editada pela Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa (impressa pela Exoterra de António Neto), para a qual
muito contribuiu o empenho do seu Presidente, Hirondino Isaías. A ser apresentada no concelho de Freixo, no dia 8
de Setembro, pelas 14H e 30m, na praça de Lagoaça, no decurso das festividades.
Acrescente-se que por cada volume vendido (durante as festividades), reverterão a favor da Senhora das Graças, cinco euros.
Acrescente-se que por cada volume vendido (durante as festividades), reverterão a favor da Senhora das Graças, cinco euros.
Mandocas
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