Vamos ao prometido. Em
post de 29/05, fiz aqui promessa de voltar a falar acerca do Centenário do
Nascimento de Miguel Franco, notável actor, encenador e dramaturgo leiriense,
apontando o fim de Agosto para o fazer, Mas entretanto achei por bem fazê-lo no
inicio de Julho para despertar o interesse dos prováveis interessados a tomarem
parte no que o cardápio cultural tem para nos ofertar nos meses que vão para
além do dia 28 de Julho que anteriormente dei a saber. No cinema, este
esquecido filho da “rainha do Lis”, ficou bem presente nos filmes Nova Vaga, O
Cerco, Lotação Esgotada, A Fuga e os inesquecíveis Rei das Berlengas e Manhã
Submersa. Tem um teatro com seu nome inserido no Mercado de Santana, uma
acolhedora sala de espectáculos muito confortável e com boa acústica.
Trata-se de um espaço que
nasceu da reabilitação de um edifício do início do século XX, da autoria de
Ernesto Korrodi, criado para albergar o Mercado Municipal. Depois de passar por
utilizações várias, em 2002 passou a constituir um centro cultural. Aqui
aproveito para corrigir o que no dito post disse em relação às actividades
festivas que de 14 de Abril a 28 de Julho o Ciclo de Cinema preencheu, e eu
situei no Teatro José Lúcio da Silva, quando afinal foi no Teatro Miguel
Franco. Muito há ainda para saber e recolher da vida deste homem que se
distinguiu ao serviço da arte de representar e transmitir cultura, que inspirou
e apegou o vírus cultural a sua dileta filha, esta também famosa, mas nas artes
plásticas e nos meios culturais do país e além-fronteiras. Dela me falou há
pouco com muita admiração o seu colega António Carmo também pintor consagrado.
Trata-se da consagrada
pintora Maria João Franco que a propósito da filmagem de O Rei das Berlengas –
ou a independência destas, peça de Artur Semedo que em parte foi filmada no
Castelo de Leiria, e pelos vistos coincidiu com 25 de Novembro de 1975. Ela nos
conta: “que se gerou uma grande confusão” pois na cena tinha de entrar um
helicóptero e daí tiveram de provar que não tinham nada a ver com os militares,
mas sim e só com arte e cultura. A 2ª fase está pronta e a promessa cumprida.
Na galeria Manuel Artur Santos, do Mercado de Santano, esteve patente uma
exposição biográfica, e também a Legenda do Cidadão Miguel Lino, anunciada para
29 de Setembro e 08 de Outubro, às 15h00, na igreja da Misericórdia, se pode
integrar no Centenário da Nascimento de Miguel Franco. Tudo merece ser tomado
como tónico e também como preservação das figuras com direito a serem
homenageadas pelos seus concidadãos. Sejam de que cor política ou credo
religioso forem. Não devemos é servir-nos dos méritos de quem quer que seja
para arrecadar os louros da vitória. Só assim seremos livres e libertadores.
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