domingo, 1 de julho de 2018

GIPS/GNR precisam de formação específica?

  
JORGE LAGE
Foi confrangedor, de início, como o Primeiro-Ministro e os Ministros da Administração Interna e da Agricultura lidaram com a limpeza dos terrenos junto às casas e povoações. Amedrontaram gente pacífica e cumpridora, causando um mal imenso às árvores inofensivas. Comportaram-se como autênticos dendricidas. Essa sanha «criminosa» originou que num primeiro momento se abatessem fruteiras, árvores protegidas e outras folhosas que são barreiras à progressão dos incêndios. Foi, quanto a mim, por quererem ter um protagonismo populista e barato, que deram um mau exemplo. Isto não era preciso se soubessem deixar actuar quem sabe, em cada concelho, os Técnicos dos GTF (Gabinetes Técnicos Florestais). Os GTF têm o «Know how» para mandarem cortar árvores ou limpar os terrenos. Esta ignorância via eu num elemento dos GIPS/GNR de Bragança, quando, em directo para a TV, disse que era preciso aparar um limoeiro que estaria em sebe junto a uma casa. Claro que as árvores e arbustos folhosos e as ripícolas, em sebe, não são ameaça à propagação dos incêndios, desde que o terreno esteja limpo. Eu próprio tenho duas sebes de ervideiros, junto à casa, que embelezam, protegem, produzem (incluindo o oxigénio) e alimentam. Isto leva-me a pensar que os GIPS (Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro) poderão precisar de alguma formação em dendrologia ou pelo menos de não andarem a ameaçar quem tem árvores ou arbustos que não são ameaça e até evitam a propagação do fogo. Uma opção poderá ser os GNR terem como conselheiros técnicos os Técnicos dos GTF antes de autuarem ou ameaçarem. Alguns, passam «inchados» e distantes da população (em oposição à filosofia de proximidade praticada pela GNR no geral) comportam-se como autênticos farejadores de crimes florestais que, muitas vezes, não o são. Fica a sugestão, para não se cair no ridículo. Mas, a instalação de uma companhia de ataque ampliado dos GIPS/GNR na Quinta do Valongo - Mirandela, na centralidade geográfica de Trás-os-Montes, que é Mirandela, foi uma medida acertada e que demonstra equilíbrio na escolha ministerial, visando o melhor interesse público. A esta importante escolha de um bom serviço para a nossa região não deve ter sido alheio o peso político regional da Presidente do Município, Júlia Rodrigues, e que saúdo. Ao público leitor sugiro que sempre que virem algum crime ambiental ou contra aves selvagens, como frequentemente sucede contra pintassilgos e outras aves protegidas e ameaçadas de extinção, devem denunciá-lo (quem cala consente) contactando os GIPS/GNR. 

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