sexta-feira, 27 de julho de 2018

Avós



AVÓS

Ainda vou a tempo neste dia 26 de julho de prestar a minha homenagem a São Joaquim e a Santa Ana, padroeiros dos avós. Os meus parabéns a todos os avós. Conheço muitos e admiro sempre neles a SABEDORIA e a BONDADE. Todos podemos reconhecer que daa facto eles são um recetáculo de sabedoria e a experiencia da vida também os tornou mais tolerantes para com os outros, dando atenção especial à bondade na relações humanas.
BOM DIA DOS AVÓS.

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Avós  

Dia de São Joaquim
E de santa Ana.
Um casal, lindo assim,
Onde a santidade dimana
E em tudo está presente.
É de Deus, esta gente! (1)

São os conhecidos pais
Da Virgem Santa Maria.
Deles não falam os anais,
Mas, certamente, no dia-a-dia,
Educaram a menina para Deus,
Ela, dom infinito dos céus. (2)

Apresentam no Templo a menina.
Querem oferecê-la ao Senhor,
Dom do céu que sua vida ilumina,
Mas que devolvem ao céu, com amor.
Haverá mais tarde uma Anunciação.
Será Mãe de Deus! Treme-lhe o coração. (3)

Serão os avós do Menino de Belém.
Os Anjos dirão: “Um filho nos foi dado”. (2)
Dado a Maria, mas a nós também:
Enche-nos de graça e apaga o pecado.
N’Ele somos um povo, em tudo, feliz.
Mas é em Joaquim e Ana que está a raiz

Daquele que nos protege e redime.
Protegei os avós dos nossos tempos.
Sede sua força quando a noite decline
E ajudai-os em todos os momentos.
É grande o seu papel na sociedade
E na família. São sabedoria e bondade. (5)

Teófilo Minga
Roma, 26 de julho de 2018

1)      Hoje é o da festa litúrgica se São Joaquim e de Santa Ana. São quase sempre associados aos avós, já que são os avós do Menino Jesus. Daí o título deste poema que poderia ser muito simplesmente, “São Joaquim e Santa Ana”. Um casal santo! Nem era preciso que a Igreja reconhecesse publicamente a sua santidade para ter a certeza de que “esta gente” era de Deus, totalmente e em todo o tempo. Tiveram esse privilegio único de engendrar a “Toda Santa”  (a Pan Aghia), aquela que seria a mãe daquele que é “três vezes santo”, isto é, santo totalmente. Num ambiente assim de santidade, tudo se torna santo, tudo se santifica, tudo e santificante. Conhecemos os nomes dos pais da Bem-Aventurada Virgem através de um texto não canônico, o Protoevangelho de Tiago. Eles são citados na página que precede o anúncio do Anjo a Maria.
2)      Sem dúvida, Ana e Joaquim pertenciam ao grupo daqueles judeus piedosos que esperavam a consolação de Israel. E, na História daa Salvação, acabam por desempenhar um papel relevante: são escolhidos por Deus, para gerar a Imaculada Virgem Maria que, por sua vez, é chamada a gerar o Filho de Deus.
3)      Podemos imaginar quanto receberam dela estes pais, ao mesmo tempo que cumpriam o seu dever de educadores. (…) Mãe e filha estavam unidas não apenas por laços familiares, mas também pela comum expectativa do cumprimento das promessas, pela recitação multiforme dos Salmos e pela evocação de uma vida entregue a Deus. Conhecemos as palavras do Salmo 131, sobre a fidelidade de Deus à sua promessa: “O Senhor jurou a David: verdade da qual nunca se afastará “o fruto do teu ventre hei de colocar sobre o teu trono!” (vs 11). Sentimos nestas palavras do Salmo 131 um eco veterotestamentário do que acontecera na Anunciação. A cheia de graça, educada completamente dentro de Lei do Senhor, será a Mãe do próprio Deus que ocupará o trono de David. É através de Maria que Deus toma rosto humano em Jesus que pensando em genealogia humana, pode também ser chamado “Filho de David”.
4)      Expressão famosa de um texto do profeta Isaías que lemos na missa da meia-noite de Natal. É a Leitura Is 9, 2-7, onde, a um dado momento lemos: “Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado”. Um eco desta leitura aparece na outra Leitura de missa da meia-noite, - Lc 2, 1-14 - onde Lucas retoma o pensamento do antigo profeta e escreve referindo-se aos pastores que se aproximaram da gruta de Belém e ouvem a voz dos Anjos nos céus: “Disse-lhes o Anjo: ‘Não temais porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor’”.
5)      Sabemos que na Sagrada Escritura, à velhice está associada a veneração da própria pessoa (cf. 2 Mac 6, 23). O justo não pede para ser privado da velhice e do seu peso; pelo contrário, ele reza assim: “Vós sois a minha esperança, a minha confiança, Senhor, desde a minha juventude… Agora, na velhice e na decrepitude, não me abandoneis, ó Deus, para que eu narre às gerações a força do vosso braço, o vosso poder a todos os que hão de vir” (Sl 71 [70], 5-18). Na sociedade de hoje em que os pais trabalham para o ganha-pão e sustento da família é reconhecido e pedido aos avos de desempenharem um papel cada vez mais importante na vida dos netos tanto na sua educação humana como religiosa. A Sociedade e a Igreja esperam deles esse papel ativo na educação integral dos seus netos. Ao mesmo tempo também se reconhece que com o andar dos anos os avós são pessoas, em geral, de grande sabedoria e bondade, dois valores importantes com que termino o poema. Mas certamente os avós também são excelentes na prática de outras virtudes que provêm da sua experiência de vida. Podemos pensar no acolhimento, na oração, na paciência, na escuta, na atenção à pessoa. Têm, pela sua experiência de vida uma “sabedoria acumulada” que devem pôr ao serviço da sua própria família, da Igreja e do mundo. Nunca é demais esperar muito dos avós. De um modo muito particular, no meu caso, têm a minha admiração e a minha estima. Às vezes não me canso de os ouvir, precisamente pela sua sabedoria e bondade.

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