AVÓS
Ainda vou a tempo neste dia 26 de julho
de prestar a minha homenagem a São Joaquim e a Santa Ana, padroeiros dos avós.
Os meus parabéns a todos os avós. Conheço muitos e admiro sempre neles a
SABEDORIA e a BONDADE. Todos podemos reconhecer que daa facto eles são um
recetáculo de sabedoria e a experiencia da vida também os tornou mais
tolerantes para com os outros, dando atenção especial à bondade na relações
humanas.
BOM DIA DOS AVÓS.
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Avós
Dia de São Joaquim
E de santa Ana.
Um casal, lindo assim,
Onde a santidade dimana
E em tudo está presente.
É de Deus, esta gente! (1)
São os conhecidos pais
Da Virgem Santa Maria.
Deles não falam os anais,
Mas, certamente, no dia-a-dia,
Educaram a menina para Deus,
Ela, dom infinito dos céus. (2)
Apresentam no Templo a menina.
Querem oferecê-la ao Senhor,
Dom do céu que sua vida ilumina,
Mas que devolvem ao céu, com amor.
Haverá mais tarde uma Anunciação.
Será Mãe de Deus! Treme-lhe o coração.
(3)
Serão os avós do Menino de Belém.
Os Anjos dirão: “Um filho nos foi dado”.
(2)
Dado a Maria, mas a nós também:
Enche-nos de graça e apaga o pecado.
N’Ele somos um povo, em tudo, feliz.
Mas é em Joaquim e Ana que está a raiz
Daquele que nos protege e redime.
Protegei os avós dos nossos tempos.
Sede sua força quando a noite decline
E ajudai-os em todos os momentos.
É grande o seu papel na sociedade
E na família. São sabedoria e bondade.
(5)
Teófilo Minga
Roma, 26 de julho de 2018
1) Hoje
é o da festa litúrgica se São Joaquim e de Santa Ana. São quase sempre
associados aos avós, já que são os avós do Menino Jesus. Daí o título deste
poema que poderia ser muito simplesmente, “São Joaquim e Santa Ana”. Um casal
santo! Nem era preciso que a Igreja reconhecesse publicamente a sua santidade para
ter a certeza de que “esta gente” era de Deus, totalmente e em todo o tempo.
Tiveram esse privilegio único de engendrar a “Toda Santa” (a Pan Aghia), aquela que seria a mãe daquele
que é “três vezes santo”, isto é, santo totalmente. Num ambiente assim de
santidade, tudo se torna santo, tudo se santifica, tudo e santificante.
Conhecemos os nomes dos pais da Bem-Aventurada Virgem através de um texto não
canônico, o Protoevangelho de Tiago. Eles são citados na página que precede o
anúncio do Anjo a Maria.
2) Sem
dúvida, Ana e Joaquim pertenciam ao grupo daqueles judeus piedosos que
esperavam a consolação de Israel. E, na História daa Salvação, acabam por
desempenhar um papel relevante: são escolhidos por Deus, para gerar a Imaculada
Virgem Maria que, por sua vez, é chamada a gerar o Filho de Deus.
3) Podemos
imaginar quanto receberam dela estes pais, ao mesmo tempo que cumpriam o seu
dever de educadores. (…) Mãe e filha estavam unidas não apenas por laços
familiares, mas também pela comum expectativa do cumprimento das promessas,
pela recitação multiforme dos Salmos e pela evocação de uma vida entregue a
Deus. Conhecemos as palavras do Salmo 131, sobre a fidelidade de Deus à sua
promessa: “O Senhor jurou a David: verdade da qual nunca se afastará “o fruto
do teu ventre hei de colocar sobre o teu trono!” (vs 11). Sentimos nestas
palavras do Salmo 131 um eco veterotestamentário do que acontecera na
Anunciação. A cheia de graça, educada completamente dentro de Lei do Senhor,
será a Mãe do próprio Deus que ocupará o trono de David. É através de Maria que
Deus toma rosto humano em Jesus que pensando em genealogia humana, pode também
ser chamado “Filho de David”.
4) Expressão
famosa de um texto do profeta Isaías que lemos na missa da meia-noite de Natal.
É a Leitura Is 9, 2-7, onde, a um dado momento lemos: “Um menino nasceu para
nós, um filho nos foi dado”. Um eco desta leitura aparece na outra Leitura de
missa da meia-noite, - Lc 2, 1-14 - onde Lucas retoma o pensamento do antigo
profeta e escreve referindo-se aos pastores que se aproximaram da gruta de
Belém e ouvem a voz dos Anjos nos céus: “Disse-lhes o Anjo: ‘Não temais porque
vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de
David, um Salvador, que é Cristo Senhor’”.
5) Sabemos
que na Sagrada Escritura, à velhice está associada a veneração da própria
pessoa (cf. 2 Mac 6, 23). O justo não pede para ser privado da velhice e do seu
peso; pelo contrário, ele reza assim: “Vós sois a minha esperança, a minha
confiança, Senhor, desde a minha juventude… Agora, na velhice e na decrepitude,
não me abandoneis, ó Deus, para que eu narre às gerações a força do vosso
braço, o vosso poder a todos os que hão de vir” (Sl 71 [70], 5-18). Na
sociedade de hoje em que os pais trabalham para o ganha-pão e sustento da
família é reconhecido e pedido aos avos de desempenharem um papel cada vez mais
importante na vida dos netos tanto na sua educação humana como religiosa. A
Sociedade e a Igreja esperam deles esse papel ativo na educação integral dos
seus netos. Ao mesmo tempo também se reconhece que com o andar dos anos os avós
são pessoas, em geral, de grande sabedoria e bondade, dois valores importantes
com que termino o poema. Mas certamente os avós também são excelentes na
prática de outras virtudes que provêm da sua experiência de vida. Podemos
pensar no acolhimento, na oração, na paciência, na escuta, na atenção à pessoa.
Têm, pela sua experiência de vida uma “sabedoria acumulada” que devem pôr ao
serviço da sua própria família, da Igreja e do mundo. Nunca é demais esperar
muito dos avós. De um modo muito particular, no meu caso, têm a minha admiração
e a minha estima. Às vezes não me canso de os ouvir, precisamente pela sua
sabedoria e bondade.
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