O adágio que na minha
terra-berço ouvi e aprendi só passados muitos anos, cerca dos 80, pôde
confirmá-lo, mediante a temperatura e os chuviscos com que a natureza nos
presenteou neste início do mês de Junho de 2018. Não me lembro de como este ano
o adágio assentar tão bem quando diz: “ A velha guardou a melhor cepa para
comer as cerejas à lareira”. Antes dos Serviços de Meteorologia existir, os
homens guiavam-se primeiro pelo sol, pela lua, pelas estrelas e depois mais
tarde pelos Borda d’Águas, que foram os primeiros a fazerem o arrolamento do
saber secular e empírico dos povos. Mas ainda hoje há quem semeie e plante em
obediência às regras tecidas pelos bordas d’água que têm nas luas e nos ditos
populares forte sustentação.
Depois dum ano em que
Portugal foi martirizado com incêndios florestais, entramos noutro com chuvas
torrenciais que já destruíram plantações, culturas, animais e alfaias agrícolas
por todo o país. Logo em Março, a chuva intensa e um tornado no Algarve fez uma
vítima por afogamento, num carro arrastado por uma ribeira, foi em Castro
Verde. Mas por todo o território nacional se fez sentir o mau tempo com portos
e barras marítimas encerradas. Também em Lisboa a forte ondulação obrigou a
cortes da circulação, na marginal, entre Cascais e Lisboa. Quando se pergunta:
se será da mudança climática? - Não digo que sim ou que não. É verdade que no
dia 1 de Junho começou o Verão Climatológico, aquele que assinala a média
histórica das temperaturas, mas de momento, tempo quente não se sente. Apenas
um adágio popular para dar a resposta certa. Que eu corroboro: não só a velha,
mas também o velho guardou o melhor cepo para comer as cerejas ao lume. E além
da corrupção o que mais virá para o resto do tempo que falta deste 2018?
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