Normalmente não se publica neste blogue, noticias daqui e dali,
sobre assuntos disto e daquilo que nos chegam via e-mail. Esta entendeu-se publicá-la porque nos foi enviada por
fonte segura e porque ainda
ontem se publicou algo sobre a corrupção em Portugal, cujo fundamento foi o
Boletim nº 54, de 2017, da Policia Judiciária.
A tal propósito consulte-se o seguinte site: https://observador.pt/2016/06/14/caixa-tem-23-mil-milhoes-de-euros-em-risco-quem-deve-mais/
A tal propósito consulte-se o seguinte site: https://observador.pt/2016/06/14/caixa-tem-23-mil-milhoes-de-euros-em-risco-quem-deve-mais/
O total de imparidades registadas pelos nove maiores devedores
chega aos 912,1 milhões de euros. Seguem os nomes que surgem na lista dos
maiores devedores da CGD., divulgado pela comunicação social.
Grupo
Artlant – 476,4 milhões de euros e 214 milhões em perdas de crédito
(imparidades) reconhecidas. A Artlant foi criada para desenvolver um grande
projecto industrial em Sines, com a construção de uma unidade do sector
químico. O promotor era o grupo catalão La Seda, grupo que depois de entrar em
crise chegou a ter como accionista de referência o empresário português Carlos
Moreira da Silva, líder da Barbosa e Almeida (e accionista do Observador). A
Caixa Geral de Depósitos começou por ser uma grande financiadora, mas acabou
por se tornar accionista da La Seda, onde ainda tem 14%, e da própria Artlant.
Um envolvimento que tinha também como objectivo assegurar a realização do
investimento na fábrica de Sines.
A empresa avançou com um processo de revitalização especial
(PER) e em 2015, a Caixa reclamou créditos superiores a 520 milhões de euros. A
última informação disponível já do início de 2015 é da que foi proferida a
sentença de homologação do plano de recuperação.
Grupo
Efacec – 303,2 milhões de euros de créditos e 15,2 milhões de
imparidades. A exposição resultará do financiamento à empresa, mas também aos
seus dois maiores accionistas, o grupo José de Mello e a Têxtil Manuel
Gonçalves. Os grupos portugueses venderam 65% da principal unidade do grupo Efacec,
a Efacec Power Solutions, a Isabel dos Santos há cerca de um ano. O negócio,
avaliado em 200 milhões de euros, foi mais do que uma simples venda, esteve
enquadrado numa reestruturação de dívida dos accionistas e da empresa. A Caixa
enquanto credora participou no financiamento desta operação.
Vale de
Lobo – 282,9 milhões de euros de exposição e 138,1 milhões em
imparidades. É um negócio imobiliário polémico que se cruza com o inquérito
judicial ao antigo primeiro-ministro José Sócrates e que envolve ainda Hélder
Bataglia, o presidente da Escom. A decisão da Caixa Geral de Depósitos de
entrar no empreendimento de luxo no Algarve data de 2006 e tem sido atribuída
ao então administrador do banco público, Armando Vara. A Caixa é accionista da
sociedade que explora Vale do Lobo, ao mesmo tempo que é a maior financiadora.
Em 2014, a holding de imobiliário que detinha esta participação reconheceu
perdas de 196 milhões de euros, parte da qual será atribuída a Vale do Lobo.
Nas contas de 2015, a Caixa diz que a situação líquida era negativa em 137
milhões de euros. O banco do Estado tem uma participação financeira de 24%, mas
é também o maior credor deste empreendimento que no ano passado foi posto à
venda.
Auto
Estradas Douro Litoral – 271,3 milhões de exposição e 181,4 milhões
de créditos perdidos. A concessão de autoestradas volta a cruzar os caminhos do
banco do Estado com o grupo José de Mello que, através da Brisa, é um dos
maiores accionistas desta concessionária que entrou em incumprimento dos
compromissos financeiros assumidos com os bancos financiadores, nomeadamente ao
nível dos rácios. A Douro Litoral é uma concessão com portagens cuja receita
tem-se revelado muito abaixo do previsto e insuficiente para remunerar o
investimento. A empresa tem em curso vários pedidos de compensação financeira
ao Estado, no valor global de cerca de 1,4 mil milhões de euros que estão a ser
analisados em tribunal arbitral.
Grupo
Espírito Santo – 237,1 milhões de euros em créditos e 79 milhões de
imparidades. A Caixa Geral de Depósitos, enquanto maior banco português, foi
também a instituição financeira que mais exposta estava ao Grupo Espírito
Santo. O Observador fez um levantamento, em maio do ano passado, da exposição
da banca ao GES, ainda com base em listas provisórias de valores reclamados
pelos credores de sete sociedades que estavam em processo de revitalização ou
insolvência. O montante era da ordem dos 1.300 milhões de euros. A Caixa
reclamava cerca de 410 milhões de euros.
Grupo Lena – 225
milhões de créditos e 76,7 milhões de imparidades. O grupo construtor com sede
em Leiria foi um dos que mais cresceu durante o último ciclo de obras públicas
em Portugal, durante os governos de José Sócrates. O Grupo Lena esteve nas
autoestradas, na renovação do parque escolar, e no projecto da rede de alta
velocidade (TGV), onde fez parte do consórcio que ganhou o primeiro contrato, e
que entretanto foi cancelado. A Lena cresceu também para outros sectores —
turismo, energia e comunicação social — e outras geografias, ganhando importantes
contratos em mercados emergentes, como a Argélia e a Venezuela. A demora e
incerteza na concretização destes contratos internacionais, alguns obtidos à
boleia das viagens oficiais do ex-primeiro ministro, José Sócrates, e o asfixia
do mercado de construção português apanharam o grupo em contramão, em plena
aposta expansionista. A Lena teve que travar a fundo e fazer uma reestruturação
do seu endividamento.
Grupo
António Mosquito – 178 milhões de euros e 49,2 milhões de euros de créditos
perdidos. O empresário angolano está associado a dois investimentos em
Portugal: a Soares da Costa e a Controlinveste. No caso da Caixa, a exposição a
António Mosquito poderá resultar do financiamento ao empresário português que
era o maior accionista da Soares da Costa, Manuel Fino. A Caixa era um das
grandes financiadoras de Manuel Fino, tendo inclusive, executado uma parte das
ações que o empresário tinha na Cimpor.
Reyal
Urbis – 166,6 milhões de euros de empréstimos que lhe foram
concedidos, com 133,3 milhões de imparidades. A imobiliária espanhola já estava
identificada em 2013 como uma das principais devedoras da Caixa, altura em que
apresentou um processo de insolvência — o segundo maior da história de Espanha.
No ano anterior, o endividamento da empresa tinha chegado ao 3, 6 mil milhões
de euros. O Santander e a filial Banesto estavam entre os maiores credores da
imobiliária que lhe devia 830 milhões de euros, apontava então o jornal
espanhol El Mundo que colocava a CGD na lista dos credores minoritários.
Finpro SCR – 123,9
milhões de euros e 24,8 de imparidades totalizadas. Esta sociedade teve como
accionistas Américo Amorim, o fundo da Segurança Social e o Banif, e realizou
vários investimentos internacionais, financiados com dívida, sobretudo na área
das infraestruturas. A Finpro entrou em processo especial de revitalização em
2014 e notícias apontam a Caixa como detentora de mais de metade da dívida da
Finpro. Uma das participações da Finpro era no sociedade gestora do Porto de
Barcelona que foi vendida no ano passado. A sociedade terá entretanto sido
considerada insolvente com uma dívida de 268 milhões de EUROS.
A pergunta a fazer, é a seguinte: Quem foram os responsáveis?
Boa noite.
ResponderEliminarComo disse há dias na SIC Notícias o "chefão" actual do Novo Banco, com um sorriso patético, os banqueiros não falam de clientes. Está tudo dito nesta frase, receita que jorra da boca de todos os políticos, sem excepção, Ou não foi o BE e PCP que ajudaram a destruir a investigação sobre a CGD?
António Cabral