O que nos
aconteceu desde 2005 é o retrato concreto de um país de chicos espertos. E um
país de chicos espertos jamais terá futuro. A governança de José Sócrates, ladeada
por António Costa e Silva Pereira, foi o que se viu. São do conhecimento
público todos os casos javardos que levaram o país à BANCARROTA e que foram
saudados, durante uma década, por um conjunto ignóbil de jornalistas. Não
contentes com isso, o país é hoje governado por quem não ganhou eleições. Uma
situação surrealista, única na Europa. Os ladrões, os vigaristas e os
salafrários continuam por aí sem que ninguém os incomode.
A lista dos
ladrões da Caixa Geral de Depósitos continua no segredo dos deuses. Num país
decente (nórdico) há muito que era pública.
Num país
decente a saúde e a educação básica são instrumentos primordiais, porque um
país saudável é um país próspero, e um país basicamente educado não permite
serviços de saúde deficientes, uma Justiça decadente e serviços públicos
corruptos. Ora Portugal é o contrário de tudo isto.
Ressalvando
o trabalho individual dos enfermeiros e médicos decentes, e dos juízes como
Carlos Alexandre, Rosado Teixeira, entre outros, a corrupção grassa, em geral,
por tudo o que é Saúde e Justiça! E, pior ainda, em dobro na Educação!
Nestes
últimos 15 dias tanto Santana Castilho como Nuno Crato, escreveram
acertadamente sobre a questão educativa da aldeia lusa. E acertaram na mouche.
Há muito que
na Educação a mediocridade se sobrepõe ao mérito. E desde 2005 com Maria de
Lurdes Rodrigues que se acentuou. Para, sobretudo, premiar os amigalhaços. As
causas são óbvias e claras para os indivíduos cultos. Extensas para serem
abordadas em escrito deste género e neste suporte. Mas, obviamente de
importância extrema para serem abordadas em estudo rigoroso. Num país
civilizado há muito que teriam sido sujeitas a esse estudo, num país a resvalar
para o 5º mundo serão sempre sujeitas à conversa fiada!
Entretanto,
quem nos atirou para este substrato educacional de esgoto (bem como os seus
cúmplices) continuam impunes e a desempenhar os cargos mais elevados nas
instituições públicas, a
darem entrevistas como se nada fosse enquanto o país se atola no lodo de um pantanal
incomensurável!
A coisa é
simples. De analisar e de resolver. É preciso que haja vontade política, e para
haver essa vontade, é preciso que quem governe ganhe eleições!
Mas como
quem governa não ganhou eleições, diz as alarvidades que entende. Há uns largos
meses essa criatura, ao lado do actual Ministro da Educação dizia que a
abolição dos exames no Ensino Básico e sua substituição por provas de
“aferição” era necessária para testar a “eficiência” com que os professores de
uma escola ensinavam, e não os conteúdos que os alunos tinham de saber, porque o
que interessava para a vida futura dos alunos, era terem “competências” e não
montes de matérias nas suas cabeças. É com este tipo de conversa fiada que o
país se atola até ao nariz!
Uma educação
séria tem que se fundamentar em conteúdos sérios e em docentes com formação
séria. E erradicar definitivamente essa conversa fiada do “Aprender a
aprender”, esse esgoto educacional, que deu origem às maiores aberrações
educacionais fundamentadas ideologicamente em teorias do primeiro quartel do
século passado (e até do século anterior)! Um período revolucionário com
características e contextos próprios – americanos e soviéticos. Mas também
europeus.
É óbvio que
era gente séria, que dedicou uma vida a pensar sobre Educação. Mas a utopia
dominou-lhes o pensamento.
J.H.
Pestalozzi (1746-1827), suíço, incorporou o afecto na Educação. A função
principal do ensino era levar as crianças a desenvolver as suas habilidades
naturais e inatas. O professor seria o jardineiro que deveria providenciar as
melhores condições externas para que as plantas seguissem o seu desenvolvimento
natural. E em vez do “aprender a aprender”, afirmava que se devia “aprender
fazendo”.
Dewey
(1859-1952) e Kilpatrick desenvolveram o trabalho de projecto (que só pode ser
concluído num contexto mental disciplinado, com regras). O aluno, diziam, é o
actor da sua própria educação através de aprendizagens concretas e
significativas. A educação é um processo de vida e não uma preparação para a
vida futura. A escola deveria ser uma cópia do bairro ou do pátio onde a
criança vivia.
Ovide
Decroly (1871-1932), criou o método dos centros de interesses (família, mundo
animal, e por aí fora).
Estas foram
experiências Ocidentais, mas surgem nesta época outras experiências no Leste,
concretamente na então recente União Soviética, como a experiência social
bolchevique do Infantário Branco,
patrocinado pela mulher de Lenine, e fundado por Sabina Spielrein, uma
intelectual idealista, que tinha sido cliente de Jung, a seguir sua amante, e
mais tarde protegida por Freud. Não havia punições no Infantário Branco, como
em todo o sistema educativo soviético da época – eliminaram-se as punições,
trabalhos de casa e exames. Não demorou muito a que todas estas experiências
sociais fracassassem. Dois anos depois acabaram por fechar estas escolas, Nadya
Krupskaia admitiu os seus “erros esquerdistas”, o Infantário Branco nunca
chegou a cuidar de quaisquer órfãos a sério. Em vez disso cuidava dos filhos
dos altos postos do Partido Comunista, incluindo o filho de Estaline.
Apesar de
tudo, sejamos sérios, houve situações positivas em termos intelectuais, mas que
não interessam para esta abordagem.
Se na época
(entre 1917-1921), essas experiências se justificavam por motivos vários que
não interessam para este escrito, hoje, aplica-las significa retroceder porque
o contexto histórico não é o mesmo.
Ora é nesta
conversa fiada que a educação portuguesa está centrada há décadas.
É óbvio que estas teorias têm o seu
lado positivo. Mas para um país que observa as instituições públicas como um
bem comum, um bem de todos, e pagas por todos. E não uma “coisa” do Estado, que
cada um pode tratar ou estragar como bem entende, sem respeito pelos outros,
que a pagam em impostos!
Num país como Portugal, não passam
de conversa fiada - Bullshit! Para complicar a coisa, aqueles que nos têm
levado a ela, são os mesmos que prejudicaram uma classe inteira com o congelamento
das carreiras (sobretudo alguns), sobrecarregando-os de trabalho inútil, com
diversas tarefas em simultâneo. Como o cérebro humano é propenso ao
erro, nenhuma delas pode sair bem.
Basta de
conversa fiada!
Actualizado a 9 de Março de XVIII
Actualizado a 9 de Março de XVIII
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