sexta-feira, 2 de março de 2018

Um país de Chicos espertos jamais terá futuro


O que nos aconteceu desde 2005 é o retrato concreto de um país de chicos espertos. E um país de chicos espertos jamais terá futuro. A governança de José Sócrates, ladeada por António Costa e Silva Pereira, foi o que se viu. São do conhecimento público todos os casos javardos que levaram o país à BANCARROTA e que foram saudados, durante uma década, por um conjunto ignóbil de jornalistas. Não contentes com isso, o país é hoje governado por quem não ganhou eleições. Uma situação surrealista, única na Europa. Os ladrões, os vigaristas e os salafrários continuam por aí sem que ninguém os incomode.
A lista dos ladrões da Caixa Geral de Depósitos continua no segredo dos deuses. Num país decente (nórdico) há muito que era pública.
Num país decente a saúde e a educação básica são instrumentos primordiais, porque um país saudável é um país próspero, e um país basicamente educado não permite serviços de saúde deficientes, uma Justiça decadente e serviços públicos corruptos. Ora Portugal é o contrário de tudo isto.
Ressalvando o trabalho individual dos enfermeiros e médicos decentes, e dos juízes como Carlos Alexandre, Rosado Teixeira, entre outros, a corrupção grassa, em geral, por tudo o que é Saúde e Justiça! E, pior ainda, em dobro na Educação!
Nestes últimos 15 dias tanto Santana Castilho como Nuno Crato, escreveram acertadamente sobre a questão educativa da aldeia lusa. E acertaram na mouche.
Há muito que na Educação a mediocridade se sobrepõe ao mérito. E desde 2005 com Maria de Lurdes Rodrigues que se acentuou. Para, sobretudo, premiar os amigalhaços. As causas são óbvias e claras para os indivíduos cultos. Extensas para serem abordadas em escrito deste género e neste suporte. Mas, obviamente de importância extrema para serem abordadas em estudo rigoroso. Num país civilizado há muito que teriam sido sujeitas a esse estudo, num país a resvalar para o 5º mundo serão sempre sujeitas à conversa fiada!
Entretanto, quem nos atirou para este substrato educacional de esgoto (bem como os seus cúmplices) continuam impunes e a desempenhar os cargos mais elevados nas instituições públicas, a darem entrevistas como se nada fosse enquanto o país se atola no lodo de um pantanal incomensurável!
A coisa é simples. De analisar e de resolver. É preciso que haja vontade política, e para haver essa vontade, é preciso que quem governe ganhe eleições!
Mas como quem governa não ganhou eleições, diz as alarvidades que entende. Há uns largos meses essa criatura, ao lado do actual Ministro da Educação dizia que a abolição dos exames no Ensino Básico e sua substituição por provas de “aferição” era necessária para testar a “eficiência” com que os professores de uma escola ensinavam, e não os conteúdos que os alunos tinham de saber, porque o que interessava para a vida futura dos alunos, era terem “competências” e não montes de matérias nas suas cabeças. É com este tipo de conversa fiada que o país se atola até ao nariz!
Uma educação séria tem que se fundamentar em conteúdos sérios e em docentes com formação séria. E erradicar definitivamente essa conversa fiada do “Aprender a aprender”, esse esgoto educacional, que deu origem às maiores aberrações educacionais fundamentadas ideologicamente em teorias do primeiro quartel do século passado (e até do século anterior)! Um período revolucionário com características e contextos próprios – americanos e soviéticos. Mas também europeus.
É óbvio que era gente séria, que dedicou uma vida a pensar sobre Educação. Mas a utopia dominou-lhes o pensamento.
J.H. Pestalozzi (1746-1827), suíço, incorporou o afecto na Educação. A função principal do ensino era levar as crianças a desenvolver as suas habilidades naturais e inatas. O professor seria o jardineiro que deveria providenciar as melhores condições externas para que as plantas seguissem o seu desenvolvimento natural. E em vez do “aprender a aprender”, afirmava que se devia “aprender fazendo”.
Dewey (1859-1952) e Kilpatrick desenvolveram o trabalho de projecto (que só pode ser concluído num contexto mental disciplinado, com regras). O aluno, diziam, é o actor da sua própria educação através de aprendizagens concretas e significativas. A educação é um processo de vida e não uma preparação para a vida futura. A escola deveria ser uma cópia do bairro ou do pátio onde a criança vivia.
Ovide Decroly (1871-1932), criou o método dos centros de interesses (família, mundo animal, e por aí fora).
Estas foram experiências Ocidentais, mas surgem nesta época outras experiências no Leste, concretamente na então recente União Soviética, como a experiência social bolchevique do Infantário Branco, patrocinado pela mulher de Lenine, e fundado por Sabina Spielrein, uma intelectual idealista, que tinha sido cliente de Jung, a seguir sua amante, e mais tarde protegida por Freud. Não havia punições no Infantário Branco, como em todo o sistema educativo soviético da época – eliminaram-se as punições, trabalhos de casa e exames. Não demorou muito a que todas estas experiências sociais fracassassem. Dois anos depois acabaram por fechar estas escolas, Nadya Krupskaia admitiu os seus “erros esquerdistas”, o Infantário Branco nunca chegou a cuidar de quaisquer órfãos a sério. Em vez disso cuidava dos filhos dos altos postos do Partido Comunista, incluindo o filho de Estaline.
Apesar de tudo, sejamos sérios, houve situações positivas em termos intelectuais, mas que não interessam para esta abordagem.
Se na época (entre 1917-1921), essas experiências se justificavam por motivos vários que não interessam para este escrito, hoje, aplica-las significa retroceder porque o contexto histórico não é o mesmo.
Ora é nesta conversa fiada que a educação portuguesa está centrada há décadas.
É óbvio que estas teorias têm o seu lado positivo. Mas para um país que observa as instituições públicas como um bem comum, um bem de todos, e pagas por todos. E não uma “coisa” do Estado, que cada um pode tratar ou estragar como bem entende, sem respeito pelos outros, que a pagam em impostos!
Num país como Portugal, não passam de conversa fiada - Bullshit! Para complicar a coisa, aqueles que nos têm levado a ela, são os mesmos que prejudicaram uma classe inteira com o congelamento das carreiras (sobretudo alguns), sobrecarregando-os de trabalho inútil, com diversas tarefas em simultâneo. Como o cérebro humano é propenso ao erro, nenhuma delas pode sair bem.
Basta de conversa fiada!
Actualizado a 9 de Março de XVIII

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