Raymond
Aron teve razão no seu tempo e continua a tê-la hoje. A sua obra está na
primeira linha da denúncia de todas as formas de totalitarismos. Filósofo, sociólogo, jornalista, professor e politólogo,
Aron nasceu em 1905, em Paris, no seio de uma família de origem judaica,
tornando-se conhecido pelo seu cepticismo em relação à esquerda francesa.
Estudou na École Normale Supérieure,
onde conheceu Jean-Paul Sartre, de quem se tornou amigo e, mais tarde, forte
oponente intelectual.
Através das suas memórias, Raymond Aron proporciona ao leitor
uma extraordinária reflexão política sobre um século de grandes mudanças, onde
se analisam aspectos como a ascensão do nazismo na Alemanha, a crítica ao
comunismo e às suas ideologias, a análise sobre a Guerra Fria, as guerras do
Vietname e da Argélia, a descolonização francesa e a excessiva valorização do
Maio de 1968. São também examinadas, de modo genuíno, as ideias maiores do seu
tempo: o marxismo, o existencialismo, o liberalismo.
Pensador de invulgar argúcia, é um dos grandes intelectuais
do século XX, e autor de vasta obra da qual se destaca O Ópio dos Intelectuais (1957), um conhecido ataque contra Sartre,
o marxismo e a intelectualidade francesa, desintoxicando o pensamento
unilateral da esquerda e a denegação dos intelectuais marxistas face à brutal
repressão do comunismo. Em 1977, vítima de uma embolia, repensa a sua vida e
decide então escrever suas memórias. Morre em 1983.
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