sábado, 10 de março de 2018

Bullshit! A conversa fiada lusa




Harry G. Frankfurt, há muito que abordou o tema da conversa fiada - Bullshit! Que surge agora nas bancas portuguesas como pequeno ensaio. A dado passo diz-nos: “ Os domínios da publicidade e das relações públicas e os actuais domínios próximos da politica, estão repletos de ocorrências de conversa fada tão completas que podem servir como exemplos dos mais indisputáveis e clássicos paradigmas do conceito” (p.32).
Aliás, Harry acrescenta: “ E nestes domínios existem artesãos meticulosamente sofisticados que – com a ajuda de técnicas avançadas e exigentes pesquisas de mercado, de questionários de opinião pública, de testes psicológicos e por aí adiante – se dedicam incansavelmente a encontrar a palavra certa e a imagem adequada para o fim que pretendem”.
E a que propósito trazemos Harry à liça? Por várias razões. Em 2005 com o bando de Sócrates o país caiu no abismo (BANCARROTA – tecnicamente falido), o governo do PSD e do CDS (gostem ou não) tirou o país da BANCARROTA. E os que para lá o levaram governam hoje o país. Bem? Depende do ponto de vista. Do ponto de vista da conversa fiada não há melhor.
Passemos em revista apenas três pontos recentes:

1 – Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatísticas, o desemprego baixou para menos de 8%. Foi caso para comemorar por parte de quem assumiu os destinos do país (sem ganhar eleições).
Contudo, segundo os dados dos estudos da Universidade de Lisboa e do economista Eugénio Rosa (insuspeito ideologicamente, neste caso), o desemprego real é entre 15% e 17%.


2 – Segundo um estudo de Frederico Cantante do Observatório das Desigualdades do ISCTE-IUL, por ano, os portugueses passam em média mais três semanas no trabalho do que alemães ou holandeses. Também têm menos dias de férias: 22 dias contra 30 dias dos alemães e os 25 dias dos holandeses. A média europeia (com 28 países da UE) está nos 24,6 dias de férias por ano.
Por semana, um português com um contrato de trabalho a tempo inteiro passa em média 41 horas no trabalho – mais uma hora do que passava em 2008. Este é o quinto valor mais elevado da União Europeia. Contas feitas, passamos 1797 horas por ano no trabalho, mais 77 horas do que a média europeia. E gozamos, em média, menos 2,6 dias de férias do que a média comunitária (24,6 dias por ano).
Este estudo contradiz o que há mais de uma década (desde 2005), por interesses dos do costume, se vem dizendo sobre o cidadão luso.
Fernando Medina, o presidente do município de Lisboa, em programa televisivo que lhe dá publicidade (como a tantos dos do costume), veio logo dizer que era culpa da Troika (e de Passos Coelho, como se nota). Esquece-se o cavalheiro do que se fez, neste campo, na governação bandoleira do seu camarada Sócrates, desde 2005 a 2011!


3 – O senhor Costa (que não ganhou eleições) e os parceiros que o sustentam, bem falam de justiça, disto e daquilo. Contudo, em dois anos, das 15 recomendações feitas pelo Greco (Grupo de Estados contra a Corrupção) para que Portugal reduzisse os riscos de corrupção em relação a deputados, juízes e procuradores, apenas uma foi cumprida.

Outra vez no domínio da conversa fiada!

Uma conversa fiada que apenas pretende prejudicar o vulgo - o cidadão comum. Não vai ser tão depressa (como alguns pensavam) que as patifarias do bando de Sócrates serão corrigidas. 
Minaram o país de tal maneira que não existe instituição publica que não esteja corrupta. Já passou uma década . O país vai precisar de mais duas (se entretanto o bando não o conseguir manipular) para encontrar o equilíbrio e a justiça desejada por aqueles que sobem a pulso, sem o apoio de seitas e afins.

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