segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Quarto Congresso Transmontano será em Maio e em Lisboa


Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro
Campo Pequeno, 50 - 3º Esq.
1000-081 Lisboa

HIRONDINO   ISAÍAS
Por BARROSO da FONTE
98 anos depois do primeiro, terá lugar em Lisboa, o IV Congresso Transmontano. Tal como aconteceu em 1920, também a ideia nasceu na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro que tem sede em Lisboa na penúltima semana de Maio. O segundo Congresso decorreu em Trás-os-Montes, em 1941 e foi aí que Miguel Torga batizou essa Província como Reino Maravilhoso. O III começou a ser falado em 2 de Agosto de 1984, no semanário o Transmontano. Mas somente se realizou, em Bragança, em 2003. Não conheço pessoalmente o Dr. Hirondino Isaías que atualmente preside à centenária Casa de Trás-os-Montes de Lisboa, a Mãe de todas aquelas que têm o mesmo nome. Dentro e fora da Província de Trás-os-Montes, para acolherem o mesmo tipo de Gente que nasce norte do Rio Douro a partir das suas margens. Nenhuma outra Gente, nenhum outro Povo, nenhuma outra Raça revelou na Diáspora, hoje mais conhecida pela Lusofonia, a ancestralidade lusa. Basta contar as associações, os clubes e as Casas que registaram  como suas. Nelas «põem o ovo», como as galinhas, para fecundarem «pintos caseiros», já que os de aviário não têm pátria, nem eira, nem beira. Só nós temos esse timbre, aposto no umbigo de quem nos traz ao mundo. Inconfundivelmente! Em 1920 foram os seus associados que vieram à Província que os identificava, para ensinarem aos poderosos de Lisboa e arredores, os caminhos da interioridade. Muitos ali nascem, crescem e morrem, sem se aperceberem de que muito do que comem, vai de cá de cima lá para baixo. Vão os melhores vinhos, a melhor batata, o melhor presunto. Vai a energia elétrica dos Rios Cávado, Rabagão, Tâmega e Douro. Vai a inteligência que por lá fica e que gera progresso em quase tudo o que faz. Vão: o vinho do Porto, o néctar do Douro, o Moscatel de Favaios! O mel do Larouco.
Essa viagem organizada, começou em 1920. Voltou em 1941. Nela apresentou Miguel Torga o texto que se proverbiou «o Reino Maravilhoso». A III Jornada, deveria ter sido em 1960, Mas houve fatores exógenos que o foram adiando, até 2002. Em dez páginas do III Volume do dicionário dos mais ilustres Transmontanos (58/68) diz-se tudo de quem, do que e para que lá estiveram cerca 1.200 congressistas. Escrito e assinado por quem fez parte dessa nunca igualada manifestação de Transmontanismo. Estão vivos: o autarca que mais fez pelo Congresso, quem mais o divulgou desde aos anos oitenta, os dirigentes das diversas (sete) Casas Regionais. Das várias conclusões algumas cumpriram-se. Outras ficaram engavetadas. Uma delas era o IV congresso que ficara marcado, de cinco em cinco anos. Já passaram 16. Vai acontecer em Maio próximo. Será a 98 anos do primeiro. O programa ainda não está concluído. A última edição decorreu em Bragança e envolveu 1.200 inscritos. Foram três dias. Aí se anunciaram as conclusões, a primeira das quais era a de realizar o congresso de 5 em 5 anos. Já lá vão 16 anos. Quem desta vez lançou o repto foi mais pragmático: dá-se sequência ao evento e, faz-se fora do espaço geográfico, porque as técnicas online permitem hoje, o que, em 2002, ainda era uma espécie de miragem. A Casa-Mãe permite cumprir a parábola: se Lisboa não vai a Montanha, vai a Montanha a Lisboa. Continuará Lisboa a parasitar da Província e a Província a manter a capital. Mas este é o destino de uma sociedade anquilosada, submissa, serviçal.
Assim se cumpra e se repita em 2020 quando se completar o século. Mesmo que seja organizado a nível restrito para evitar verbas de que tanto se fala para megalomanias, mas que vão parar a eventos de que se perde o rasto. Nunca doam as mãos à Casa Mãe de Lisboa e aos seus atuais corpos diretivos.
                           

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