quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

A crise está a caminho!

"Não quero excluir a existência de desonestidade e de conspirações, mas não creio que tenha sido a característica fundamental do caminhar para a crise", diz Michael Ash DR
ENTREVISTA
O economista norte-americano Michael Ash alerta que tanto as regulações como os desequilíbrios económicos actuais são semelhantes aos vividos antes da crise de 2007/2008.

2 de Novembro de 2017
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Uma nova crise financeira internacional, ao estilo da vivida há uma década é neste momento provável, alerta Michael Ash, professor na Universidade de Massachusetts. O economista norte-americano juntou-se este ano a Francisco Louçã, economista e ex-líder do Bloco de Esquerda, para lançar o livro “Sombras - A Desordem Financeira na Era da Globalização”. Nessa obra, traça-se um cenário pessimista em relação à forma como os mercados continuam desregulamentados e ensaia-se uma explicação para o facto de, mesmo depois da crise, pouco ter mudado.
Tivemos depois da crise muitas intenções de aumentar a regulação, de evitar que os bancos fiquem grandes demais. Mas, agora, passados 10 anos, é pouco evidente que tenha havido mudanças significativas. É mesmo assim?
Não é um mau resumo da situação. As pessoas ficaram chocadas que fosse possível que se verificasse uma crise com a dimensão e profundidade da de 2007/2008. A crise trouxe muitas dificuldades a um número muito significativo de pessoas e as suas origens e causas foram muito claras, nomeadamente a desregulação da banca e a crescente desigualdade. No entanto, espantosamente, desde a crise nada mudou. Acabámos por ficar muito aquém do desejável na tentativa de regular o sistema financeiro e ainda tivemos uma resposta à crise económica e financeira que pareceu ser uma coisa mais saída do final dos anos XIX do que do século XX ou XXI. Foi uma resposta de austeridade, de deixar os Estados liquidarem-se lentamente em vez de intervirem de formas que no passado tiveram um sucesso evidente.

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