quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

O livro «Castanea uma dádiva dos deuses» nas leituras de memórias em Arganil


Jorge Lage
Para registar a memória castanhícola do «País das Castanhas», o Portugal rural e serrano ou de montanha, palmilhei, a seco e sem jeira, em trabalho de louco, deixando um pouco de mim com a gente boa e simples que fui contactando e trago comigo um pouco da sua memória e da herança cultural transmitida de geração em geração ao longo dos séculos. Muitos concidadãos lamentam-se de não haver reconhecimento de entidades públicas e prestigiados amigos estrangeiros lamentam o mesmo facto. Porém, eu apenas faço o que a minha consciência me obriga e com isso consigo sossegar o meu desassossego interior. Invejas, indiferenças ou ostracismo a que a minha obra castanícola tem sido votada por alguns só me dão mais força para continuar. E de vez em quando lá vêm as palavras atentas deste ou daquele amigo, desta ou daquela instituição e isso, para mim, bonda. Os meus pais, entre muitos, doutos e ricos saberes, ensinaram-me a viver com pouco. Sou feliz com um tradicional carolo de pão e um copo de água duma frieira ou outra fonte. Mas, há pouco, o Jorge Pereira, ajudante da bibliotecária de Arganil telefona-me a dar-me conta de umas quadras populares sobre a castanha que me enviara, com a promessa de procurar mais. Depois, dizia-me «que as leituras de memórias para o mês de Novembro são do (meu) livro “Castanea uma dádiva dos deuses”». Senti-me agradecido e feliz porque ser lido em todo o concelho serrano de Arganil é um privilégio e o melhor agradecimento que posso ter como trabalhador da escrita. Depois, olhei em meu redor e apercebi-me que nunca pisei uma escola de educação formal da minha terra ou trasmontana, nem para bater palmas, quanto mais para falar da minha experiência pessoal! Fui uma vez, por generosidade amiga, à extinta Escola Profissional de Hotelaria de Mirandela e foi um dia inesquecível, por ver trabalhar as receitas do meu livro. Agora tive a grande recompensa em Arganil, como já tivera o meu primeiro livro ao ser de consulta obrigatória na Escola Superior de Hotelaria de Cascais e outras superiores. Depois, passados uma meia dúzia de anos, consegui despertar interesse à universidade e politécnico pelo tema. Muito ainda há a fazer. O meu obrigado à Biblioteca Municipal de Arganil e ao seu dinâmico corpo técnico que, em vez de ficarem à espera de leitores, vão ao seu encontro pelo concelho


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