sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Os Pafianos e os outros

Lembram-se do foguetório e do fandango que acompanhou todo o ano de 2016 e grande parte do de 2017?
Depois de António Costa ter perdido as eleições em Outubro de 2015, a oligarquia arranjou uma forma de libertar os folgazões lusos da tirania da PAF. Mais concretamente do malandro do Passos Coelho, como dizia a frente esquerda. Porquê? Porque esse malandro tinha tido a coragem de dizer não a Ricardo Salgado, e não tinha embarcado nas aldrabices de José Sócrates e do seu bando. Pela primeira vez, um primeiro ministro tivera essa coragem. E a continuar assim, a vez de muitos oligarcas chegaria.
Entretanto, as raparigas do BLOCO, atiçadas pelo agora beatificado Louçã, folgavam entre o foguetório e o fandango, acompanhadas por Costa, com Jerónimo mais recatado. Anunciavam o fim da austeridade em altifalantes mais poderosos do que os das festas populares. Seria um fartote. Tudo o que o malandro do Passos havia tirado, diziam sublinhando, eles iriam repor. Porque, acrescentavam, havia outras alternativas. E assim foram enganando os papalvos durante, pelo menos, ano e meio.
A economia a subir e o desemprego a descer, já desde 2015 (processo natural depois de um reajustamento), contribuía para o delírio exacerbado da frente esquerda e seus acólitos.
O malandro do Passos que tinha pegado no país em falência técnica (BANCARROTA), com 75 biliões às costas, fruto de um empréstimo socialista, e dos quais só se iria servir para salvar o país, através de tranches trimestrais, tinha, diziam sobretudo as manas e Catarina, mentido aos portugueses. Manipulando e anestesiando o indígena luso, as Mortágua, Catarina, Jerónimo e Costa, iriam dar tudo a todos, inebriando os acólitos que salivavam como cães raivosos. Tinham aprendido bem as lições leninistas, trotskistas e estalinistas.
Entretanto, os papalvos atiravam palavrinhas de estimulo ao dr. Costa: “Deixem o homem que a coisa está agora a correr bem”, diziam alguns populares que haviam recebido um aumento de um euro e 25 cêntimos nas pensões, nos holofotes das televisões, manobradas pelos mesmos que andaram uma década a defender e a apoiar incondicionalmente José Sócrates.
No Facebook o regabofe atingia o limite que se permite a alguém instalado num Conde Ferreira ou Júlio de Matos. Os sensatos, acusados de Pafianos ou liberais, liam os disparates de todos os dias publicados por algum cliente de Freud.
Depois vieram os incêndios, o roubo de Tancos, as férias de Costa, e por aí adiante.
A semana passada com as reivindicações sindicais, o dr. Costa sentiu necessidade de acalmar as hostes, despertando-as para a realidade. Disse:tudo para todos já é uma “ilusão”. O Presidente Marcelo seguiu no mesmo tom, explicando ao autóctone luso que não se pode “voltar ao ponto antes da crise”. E o ministro Centeno aponta o dedo aos funcionários públicos, dizendo que não basta exigir, têm de “merecer” [é óbvio que as reivindicações do funcionalismo público, em especial os professores, não são uma exigência, são uma questão de justiça, que abordaremos noutro escrito].
Tanto o dr. Costa, como o Presidente Marcelo e o ministro Centeno estão agora mais Pafianos e, sobretudo, mais Passistas. Porque a realidade é o que é. E a realidade é que não há dinheiro!
Mas quem diz que as hostes lhes seguem o rumo? Ainda ontem a dona Mariana, em entrevista, dizia que o ministro Centeno havia utilizado uma retórica da direita”.
A Comissão Europeia já veio avisar outra vez para os perigos das reivindicações sindicais. O teatro do costume a que o autóctone luso se vai habituando. E,  sobretudo, adaptando. Dirão uns tantos, como já se tem ouvido: "bardamerda para a Comissão Europeia"!
Pois é, mas o Dr. Passos Coelho que alegava o que hoje alegam Costa, o Presidente Marcelo e o ministro Centeno, era um neo-liberal, e na boca de alguns até era apelidado de fascista!
Mudam-se os tempos … 

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