Há muito que deixamos de
ver os programas de manipuladores na televisão. Mas, de vez em quando, o acaso
coloca-nos um pela frente. Foi o caso do designado “Quadratura do
Circulo” de ontem, que há meses não víamos. Lá estavam os três dinossauros do costume com
o jornalista, o único que se aproveita. O que nos levou a este comentário foi
uma afirmação do dr. Lobo Xavier. Esta gente julga que pode dizer o que quer,
mesmo nada sabendo do assunto.
Num país em que a sua
elite politica em nada se diferencia da do Zibabwe, tudo é permitido e admitido
aos do costume.
Lobo Xavier com aquela
litania (ou ladainha) da avaliação, informou o telespectador do seguinte: os portugueses não
entenderiam (como foi dito no consulado de Sócrates) que os professores
estivessem sujeitos a progredir, apenas através de anos de serviço. Sem serem
avaliados. Uma
mentira que vem sendo repetida ao longo dos anos e que certa comunicação social
apoia desbragadamente (a mesma que apoiou Sócrates).
E dá o exemplo que tem
sido repetido. Enquanto que um funcionário público progride de 10 em 10 anos,
os professores progridem de quatro em quatro. Mas não dizem, por exemplo que na
função publica existe o regime geral e o regime especializado, ao qual
pertencem os professores. É claro que este assunto deveria ser especificado, mesmo
até em relação a uma certa injustiça no que respeita aos funcionários públicos do regime
geral, mas não neste escrito.
Ao não se dizer a verdade
toda quando se tem responsabilidades de cidadania, contribui-se para que o país
nunca mais saia de onde está.
Vamos então à tal
avaliação que tanto preocupa (ou apoquenta) Xavier. Não é fácil arranjar uma forma universal
de avaliação de professores, por razões que agora não importam. Mas é possível
arranjar uma avaliação decente. Mas isso nunca interessou às elites medíocres
que temos e a alguns iluminados que por aí andam a distribuir aldrabices.
Qualquer problema tem
sempre uma origem, e só descendo a essa origem se poderá resolver, encontrando
soluções, corrigindo o que de mal se produziu. É básico. Não é preciso ser-se génio
para perceber isto. E a origem do problema situa-se no ano de 2005. Enquanto se
não corrigirem as patifarias – porque foi disso que se tratou - dessa época, jamais sairemos de onde estamos.
Que fique, desde já, bem
claro. Quem congelou as carreiras foi um governo do partido socialista em
Agosto de 2005 e depois das eleições de 2009. Por estratégia politica obscura e sinistra.
Havia que achincalhar os professores, e isso só seria possível promovendo uns
quantos medíocres para colocar em lugares de decisão, prejudicando dezenas de
milhar. Toda essa estratégia foi levada a cabo pela então ministra da educação,
Maria de Lurdes Rodrigues, apoiada por Sócrates e o seu bando, gente do
comentário e alguns iluminados da nossa praça.
Que elementos usaram para
tal estratégia? Elaborando uma “reforma” (terceiro-mundista, baseada no modelo
chileno) em meses, que num país decente demoraria uma dezena de anos. Fazer a
coisa com pressa, originando a confusão (anarquia), à velha maneira leninista e
estalinista.
Como é evidente, uma
reforma feita dessa maneira, não poderia trazer resultados positivos. E surge
então a tal “avaliação” que dividia os professores em duas categorias: os
titulares e os não titulares.
Mas só quem participou
desse processo escabroso, se apercebeu dos intuitos demoníacos da senhora.
Desde logo, os itens pelos quais os professores pontuavam. De uma boçalidade atroz.
Determinadas actividades sem importância ou relevância alguma, eram tão ou mais pontuadas do que possuir,
por exemplo, um Mestrado ou um Doutoramento! Foi esta avaliação boçal que muitos professores
recusaram. E isto não foi resolvido.
Ora a então ministra
fundamentou o sucesso dos alunos com esse tipo de avaliação! Mas o tempo tem
dado razão a quem se opôs a ela. Sabe-se que a educação do país está uma
lástima, mas segundo os critérios europeus, Portugal, nestes últimos seis anos,
melhorou as aprendizagens e os resultados dos alunos. E fê-lo sem a tal
avaliação boçal. Ou seja, essa avaliação boçal não influenciou em nada os
resultados positivos destes últimos seis anos!
Convém acrescentar que
não foram os vencimentos dos professores que levaram o país à BANCARROTA em
2011. Foi um conjunto de acções levadas a cabo por certas quadrilhas que ainda
andam por aí, à solta. Conhecem-se hoje as vigarices bancárias, as operações
investigadas pela Justiça, os contratos feitos por amigos das PPP, em prejuízo
do Estado, mas os professores é que são penalizados, quando, segundo as contas
da UGT, esta classe contribuiu com oito biliões para o resgate de 75 biliões!
Sobre as negociações em
curso entre o governo da frente esquerda e as forças sindicais, é muito cedo
para se opinar, mas queremos alertar para duas coisas:
Quando Passos teve de
pagar 75 biliões de resgate pela
BANCARROTA, as vozes eram tantas sobre as questões de hoje. As mesmas vozes
acham hoje que menos de um bilião (600 milhões) é uma soma
enorme! Na altura de Passos podiam-se aumentar os vencimentos, hoje não!
O que o governo da frente
esquerda está a fazer aos professores é instituir uma medida fascista. Quererá
Xavier que lho expliquemos? Claro que não, porque Xavier sabe bem que é. E isto
é que Xavier, como democrata-cristão, devia explicar aos seus concidadãos.
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