JORGE LAGE |
Diz o povo que «não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe» e também
diz que «voz do povo, voz de Deus». Por isso, o nosso grande Miguel Torga ia
mais longe, dizendo que «não há tratado filosófico que não esteja plasmado num
rifão». Também eu digo, que, em certos casos, não troco um bom provérbio por
livros que, depois de lidos, não nos deixam nada de útil. O que é que isto tem
a ver com o título desta pequena nota? Claro que tem, porque me está a custar
pegar no assunto, não querendo ser grosso com quem sai, nem lisonjeiro com quem
entra. Acho que a governação municipal de António Branco foi boa, naquilo que
me foi dado perceber ao longo do seu mandato como Presidente e envio-lhe os
meus parabéns. Muitas vezes, o Presidente deste ou daquele município não perde
as eleições por ser fraco, mas por ter alguma gente muito medíocre a
influenciar a sua governação. Também tenho esperança que a nova Presidência da
Júlia Rodrigues possa trazer mais ideias, mais projectos e mais obras. Tem
carisma, vontade e popularidade suficiente, assim se saiba rodear de quem a
ajude e não de quem gosta de servir-se. Por isso, é importante que os seus
«novos amigos» a deixem trabalhar. Se ganhou a Câmara também sabe escolher o
melhor caminho para Mirandela e para ela. Dizia-me um seu apoiante que se não
houver trabalho ao cabo de quatro anos pode haver nova surpresa. Penso que os
mirandelenses quando vêem obras que os orgulham costumam reforçar a votação.
Foi assim que sucedeu, por exemplo, na Guarda com Álvaro Amaro. A obra feita
foi grande demais para não ser reconhecida. Também, em Oeiras, o nosso
conterrâneo Isaltino Morais tem uma forma cordial de se relacionar com os seus
munícipes e o nome dele quase basta para ganhar as eleições. Os oeirenses não
esquecem que foi ele quem pegou num concelho rural, às portas de Lisboa, e
transformou-o num dos melhores municípios do país, com boa qualidade de vida e
com grande oferta de emprego. É o seu trabalho em prol de Oeiras que ganha as
eleições e não a simpática cara de Isaltino. Por isso, lhe envio uma saudação
de parabéns, que também é a derrota dos barões medíocres da politiquice da
Grande Lisboa. Quando Isaltino Morais era Ministro das Cidades recebeu-me no
seu gabinete e disse-me cara a cara que não compreendia como os nossos
políticos governam para o imediato, isto é, para as próximas eleições. Por
isso, temos tido bastantes governantes sofríveis e o país já caiu três vezes no
abismo, pagando nós as suas asneiras com língua de palmo. Para Isaltino Morais
uma boa governação é a que traça um plano de actividades a médio prazo.
Voltando ao concelho de Mirandela, o meu chão querido, é aquele em que penso
mais e onde gostaria de ver alguns novos projectos na calha. Não faz sentido
termos encaixotado imenso material fotográfico doado à cidade, pela família do
falecido fotógrafo Alves, da Foto Martins. Mirandela precisa de um Museu da Fotografia e Imagem. Imóveis
para o acolher não faltam. Haja vontade! Um Parque Biológico da Terra Quente é outro Projecto que podia ser
acarinhado e desenvolvido. O Parque Biológico, gerador de emprego e
desenvolvimento, podia ser na margem esquerda do rio Tuela entre o Parque de
Campismo e a Ponte da Formigosa. Não podemos oferecer só alheiras aos
visitantes. Mas, se lhe oferecermos mais cultura ainda se venderão mais
alheiras. Parabéns à Júlia Rodrigues por esta inequívoca vitória autárquica e
as maiores felicidades!
Jorge Lage – jorgelage@portugalmail.com –
01OUT2017
Provérbios ou ditos:
Arrebenta como uma castanha!
Outubro quente traz o diabo no ventre.
Lenha de sobreiro arde a cortiça e fica o madeiro.
Pombo Bravo
Um ilustre Pinheiro Manso esperava,
Com os seus braços
robustos, a chegada,
do amigo Pombo Bravo que
voava, voava
e do céus descia... E
assim dizia:
- Cá te espero meu amigo
e te dou guarida
entre esta copa guardo
teu berço até um dia,
Por que, também, eu não
sou daqui…
Abílio Bastos, 1964
Jorge Lage – jorgelage@portugalmail.com –
01OUT2017
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