sexta-feira, 29 de setembro de 2017

O tempo do vazio


Hoje vivemos um tempo vazio. A sociedade moderna perdurou até à Segunda Guerra Mundial.  Essa sociedade era conquistadora. Acreditava no futuro, na ciência e na técnica – no progresso. O modernismo instalou-se em ruptura com as hierarquias de sangue e a soberania sacralizada, com as tradições e os particularismos, em favor do universal, da razão – e da Revolução.
Esse tempo dos amanhãs radiosos da revolução e do progresso, desapareceram. Por um lado, ainda bem, porque os testemunhos deixados não alegram ninguém, com os milhões de mortos nos Gulag soviéticos, nos campos de Gobi chineses ou nos campos de concentração nazis.
O nosso tempo é o pós-moderno. O que se pretende viver é o já, o agora. Adorno, Lyotard, entre outros, dedicaram ao assunto uns milhares de páginas.
Neste tempo reina a indiferença de massa, reina um certo individualismo e igualitarismo medíocres. É uma cultura que é uma coisa e outra, como nos diz Gilles Lipovetsky. 
Ruptura aqui, continuidade ali. Nem é carne nem peixe. É a cultura do umbigo, do amigalhaço e do corrupto. É o tempo do espectáculo, narcísico, com declarações insignificantes, onde o individuo se exprime para nada - apenas para si próprio.
António Costa e Catarina Martins são bem representativos deste tempo. Venderam a alma ao diabo para atingirem o poder, e aldrabaram o que puderam para o manterem. O caso do  aumento das pensões é sintomático.

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