BARROSO da FONTE |
Talvez os meus leitores me julguem um bairrista
doentio por dar este título à minha crónica quinzenal. Mas não é verdade. Luís
de Camões, sendo o autor Português mais conhecido de todos os tempos, ainda se
presta a muitas dúvidas e em diversos ângulos existenciais. Nomeadamente quanto
às origens. Celebra-se em 10 de Junho, erradamente, o Dia de Portugal e das
Comunidades. E até se guarda feriado nacional. Apenas e só pelo facto de ele
ter falecido nesse dia. Ora antes dele já Portugal existia graças a Afonso
Henriques e a Nuno Álvares Pereira, para somente relembrar os dois mais
façanhosos generais Portugueses.
Trago este tema à liça por dois motivos: acabei
de conhecer mais uma inspirada obra do sócio Honorário da Academia de Letras de
Trás-os-Montes e Doutor Honoris Causae, pela Universidade «Pro-Deo» de Nova
Iorque (2002), Abel de Lacerda Botelho. Nasceu em Vila Real, em 13 de Maio de
1944, licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Diplomou-se em
Direito Internacional Comparado, em Estrasburgo (1968) e, foi oficial miliciano
durante quatro anos, prestando serviço em Moçambique, entre Dezembro de 1969 e
Dezembro de 1971. Dessa obra de 212 páginas, a que chamou: Re-velando os
Lusíadas, desenvolve um ensaio filosófico que galvaniza, emociona e profetiza
os conceitos, as diretrizes e as coordenadas da Portugalidade em alta
definição.
Este desígnio patriótico é inato na
personalidade do Abel de Lacerda que certamente lhe corre nas veias e nos
cromossomas do leite materno. Terá sido essa seiva que o levou a criar, em
1986, a Fundação Lusíada e em 2001 a Ordem de Ourique – Associação Promotora da
Portugalidade. Embora radicado em Lisboa, como jurista de longo curso, lidera
estas duas prestigiadas Instituições culturais de que é responsável nacional e
que congregam à sua volta, alguns dos poucos valores imateriais que enformam o
orgulho de ser Português.
Este seu emocionante livro acaba de vir a
público em duas edições distintas, uma das quais especial. Em capa dura, de 153
exemplares numerados e rubricados pelo Autor. A coordenação editorial tem o
cunho do conhecido editor e autor Paulo Samuel e a edição traz a chancela de
Trás-os-Montes- Atlântica Nova, bem com os símbolos da Fundação Lusíada e da
Ordem de Ourique.
Resta-me referir que não devo deixar de
adicionar a edição nº 17 da Revista Aquae Flaviae, referente a Junho de 1997
que dedica as suas 224 páginas integralmente dedicadas à «Família Flaviense de
Luís Vaz de Camões». Joaquim Veríssimo Serrão, no prefácio que assina nessa
edição da Revista, credibiliza quanto se escreveu em abono da tese do
nascimento de Camões em Vilar de Nantes. Há vários e qualificados estudos que
apontam a zona do Alto Tâmega como berço do patriarca da Língua Portuguesa.
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