domingo, 13 de agosto de 2017

Mirandela, outros falares


Editado pelo município de Mirandela, o livro Mirandela, ouros falares, acaba de ser lançado a público . O seu autor, Jorge Lage, tem dedicado largos anos ao estudo da cultura transmontana, sobre a qual já publicou uma mão cheia de livros. Dedicado à sua esposa, Maria Isabel, abre com texto rebuscado no blogue Tempo Contado de J. Rentes de Carvalho (outro autor transmontano). Do mesmo se respiga:” A língua portuguesa tem enfrentado dois obstáculos de monta ao seu apuramento, um mais geral e quanto ao qual nada de meramente linguístico pode ser feito, e outro que diz respeito mais especificamente à nossa relação com a língua, mas ambos estão intimamente relacionados (…)”.
Ao mapa de abreviaturas e siglas, segue-se nota introdutória de António Branco, presidente do município de Mirandela, do qual se retira o primeiro parágrafo: “A preservação do património imaterial tem que ser definitivamente assumida como um desígnio nacional”.
Jorge Sales Golias assina o prefácio encimado com dito de Telmo Verdelho (“Um livro é uma festa”.), e acrescenta: “Este livro “Mirandela, Outros falares”, é uma festa da memória dos hábitos rurais mirandelenses, das práticas agrícolas, das pequenas histórias, e de alguma grande história, das canções antigas, dos sons de um carro de bois ou de uma nória e, sobretudo, do falar local”.
Estaria tudo dito. Mas não. Como volume de consulta que é, à nota explicativa do autor, ou “À medida que as nossas encarquilhadas “bibliotecas vivas” vão tombando …”, um corpo de entradas de termos assinalável é testemunha da labuta do autor. Constituído por nomeadas do concelho de Mirandela, expressões ou dizeres e dicionário de palavras mirandelenses.
É um belo livro, de capa dura, com bastantes notas explicativas, algumas bem extensas como a que se refere à alheira; com imagens belas (e raras), a preto e branco, uma bibliografia extensa e sites online.
À primeira vista, um volume sem falhas. Bem estruturado, com revisão perfeita, com preocupação estética, equilibrando texto/imagem; em homenagem a Mirandela e Torre de Dona Chama.     Armando Palavras

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