Editado pelo município de
Mirandela, o livro Mirandela, ouros falares, acaba de ser lançado a público . O seu autor, Jorge
Lage,
tem dedicado largos anos ao estudo da cultura transmontana, sobre a qual já
publicou uma mão cheia de livros. Dedicado à sua esposa, Maria Isabel, abre com
texto rebuscado no blogue Tempo
Contado de J. Rentes de Carvalho (outro autor
transmontano). Do mesmo se respiga:” A língua portuguesa tem enfrentado dois
obstáculos de monta ao seu apuramento, um mais geral e quanto ao qual nada de
meramente linguístico pode ser feito, e outro que diz respeito mais
especificamente à nossa relação com a língua, mas ambos estão intimamente relacionados
(…)”.
Ao mapa de abreviaturas e siglas, segue-se nota introdutória de António Branco, presidente do município de
Mirandela, do qual se retira o primeiro parágrafo: “A preservação do património
imaterial tem que ser definitivamente assumida como um desígnio nacional”.
Jorge Sales Golias assina
o prefácio encimado com dito de Telmo
Verdelho (“Um livro é uma festa”.), e acrescenta: “Este livro “Mirandela,
Outros falares”, é uma festa da memória dos hábitos rurais mirandelenses, das
práticas agrícolas, das pequenas histórias, e de alguma grande história, das
canções antigas, dos sons de um carro de bois ou de uma nória e, sobretudo, do falar local”.
Estaria tudo dito. Mas
não. Como volume de consulta que é, à nota explicativa do autor, ou “À medida
que as nossas encarquilhadas “bibliotecas vivas” vão tombando …”, um corpo de
entradas de termos assinalável é testemunha da labuta do autor. Constituído por
nomeadas do concelho de Mirandela, expressões ou dizeres e dicionário de palavras mirandelenses.
É um belo livro, de capa
dura, com bastantes notas explicativas, algumas bem extensas como a que se
refere à alheira; com imagens belas (e raras), a preto e branco, uma
bibliografia extensa e sites online.
À primeira vista, um
volume sem falhas. Bem estruturado, com revisão perfeita, com preocupação
estética, equilibrando texto/imagem; em homenagem a Mirandela e Torre de Dona
Chama. Armando
Palavras
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