O Grande Irmão - Filme 1984 (Geroge Orwell) |
“Para que o mal triunfe, basta que os bons não
façam nada.”
Edmund
Burke
Evgueni Zamiatine (1884-1937), escritor por vocação e engenheiro naval por profissão, é um dos primeiros vultos a tratar o homem comum da época soviética nos seus contos. No Ocidente tornou-se famoso com Nós (1924), a pioneira distopia que iria influenciar textos de género como 1984 de Geroge Orwell, Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, A Escavação de Andrei Platónov ou Fahrenheit de Ray Bradbury.
Têm
em comum descreverem, por antecipação, a engenharia social que, apoiada no
controlo do pensamento e na repressão da dissidência, garante a unanimidade totalitária.
Nós,
denuncia as maluqueiras bolcheviques de 1917 (como o havia feito Walter
Benjamin), ao intervirem na vida privada, acabando com a instituição família,
transformando o espaço doméstico em espaço colectivo onde viviam várias
famílias com dormitórios colectivos e salas próprias para o sexo! - onde o individuo é abolido em favor da
uniformidade dos seres. Aliás, como os Mencheviques (ambos originários do socialismo revolucionário) também defendiam, mais coisa menos coisa.
Os
que leram a literatura que indicámos “sabem como o ideal de igualitarismo
comunista resultou em tiranias brutais, que tentaram controlar todos os
aspectos da vida quotidiana” [1].
Em suma, enumerando todas as patifarias, todas as experimentações e processos
de anular tudo o que vinha de antes para criar o “homem novo”, os bolcheviques,
com o comunismo, pretenderam fundar uma religião.
Ora o que se passou
ultimamente com os cadernos de actividades da Porto Editora, ou com a canção de
Chico Buarque é execrável. E não estamos longe de Nós, 1984, A Escavação ou Fahrenheit.
Censurar, proibir a liberdade individual, uniformizar os seres, só pode levar uma sociedade ao abismo.
Só um Estado CORRUPTO (publicitado por uma imprensa corrupta) consente esta javardice totalitária.
Censurar, proibir a liberdade individual, uniformizar os seres, só pode levar uma sociedade ao abismo.
Só um Estado CORRUPTO (publicitado por uma imprensa corrupta) consente esta javardice totalitária.
Censurar os cadernos da Porto Editora e a canção de Chico Buarque é obra de javardos nostálgicos do Estado Único; das "Tábuas dos Mandamentos Horários que sincronizam actividades produtivas e relações sexuais, na transparência absoluta das casas de vidro", da obra de Zamiatine!
Actualizado a 28 de Agosto de 2017
Actualizado a 28 de Agosto de 2017
[1]HARARI, Yuval Noah, Sapiens, de
animais a deuses – História Breve da Humanidade, Elsinore, 2017, p. 199.
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