Ontem estivemos num jantar peculiar. Organizado pela Casa de Trás-os Montes
e Alto Douro, na Cervejaria Real Fábrica na rua da Escola Politécnica em
Lisboa. Foi o primeiro convívio por concelhos que calhou ao de Freixo de Espada
á Cinta. Esteve representado pelo professor Parra que se deslocou a Lisboa com
a simplicidade dos naturais das terras de Além Marão.
Nesse convívio dinamizado por Hirondino Isaías (presidente da direcção da
agremiação) e Vasco Saldanha (vice-presidente), encontrámos amigos de sempre,
alguns dos tempos da infância.
Foi simplesmente admirável. A memória transportou-nos para tempos
longínquos, irrecuperáveis mas não esquecidos – o fartote de castanhas no
Outono, os minúsculos ovos dos ninhos recém descobertos, as uvas colhidas na
berma da estrada, a pisa das uvas, as rocambolescas subidas às cerejeiras, as
caminhadas ao picotino, a descida às arribas, o perfume das rosas da nossa Avó
Adelina, as chuvas de inverno, os colossais nevões, o nevoeiro em noites
tardias, a matança do porco, os fumeiros … enfim, coisas da alma transmontana
com o Douro sereno e risonho cavando fundo o vale velho de séculos.
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