segunda-feira, 24 de abril de 2017

Populismo de Esquerda em Portugal


Na Casa Branca reina um “Trumpismo” que se pode classificar de “populismo de direita”.
Por contágio e não só, em alguns países da Europa (França, Holanda, Áustria, Alemanha) predomina também um “populismo de direita”. Ora, em Portugal, sem ninguém o dizer, existe um “populismo de esquerda”, com efeitos, por ventura, mais perversos que o “populismo de direita”.
Também aqui os três governantes usam, sem o dizerem, “pós-verdades” ou “verdades alternativas” ocultando as verdades verdadeiras. Isto tem efeitos dramáticos no ensino B+S, pedra angular da vida futura dos nossos filhos e netos. Por exemplo, retiraram-se horas às disciplinas de Matemática e Português para voltar a introduzir, mais ou menos sub-repticiamente, “disciplinas” de “Educação Cívica”, “Educação Sexual” (com outro nome de despiste), etc. O que está em causa não é de forma alguma uma boa formação do aluno.
O que está em causa é obter horários para um grande número de “professores” que nada sabem de matérias fundamentais (Matemática ou Línguas, ou Ciências Naturais, ou Física ou Química, etc.). Também se incluíram na “Matriz Curricular” as disciplinas de “Educação Musical” e “Educação Física” que deveriam ser consideradas “Actividades Circum-escolares”.
Essas disciplinas até provocam graves injustiças na média para entrada no Ensino Superior, pois, por exemplo, um aluno que tenha 20 valores a Educação Física e 11 valores a Matemática, passa à frente doutro aluno que tenha 10 valores a Educação Física e 20 valores a Matemática. Por outro lado, volta à Escola Pública o primado do PREC, mais ou menos camuflado: Decreta--se que, com base no princípio ideológico de que “cabe ao aprendiz aprender e não cabe ao professor ensinar: cabe-lhe apenas orientar quando há desacordos durante a aula”. Assim, o aluno, mesmo o mau aluno, é quem manda dentro da sala de aula; não é o professor. Tudo isto, que não é dito nem escrito desta forma clara, mas camuflado com muitas “falácias” sobre um “Ensino Moderno e Inclusivo”, está em linha com o que o MEN (diga-se a FENPROF) já decretou: Os exames nos 4.º, 6.º e 9.º anos foram abolidos. Numa atitude profundamente maquiavélica, o primeiro-ministro de Portugal criticou o anterior modelo de escola exclusiva e de selecção do anterior Governo e abençoou as novas provas de aferição no ensino básico que permitem uma intervenção em tempo útil para recuperar alunos. “A função da escola não é excluir ou seleccionar, mas incluir, transmitir conhecimentos e dar oportunidades a todos de poderem adquirir conhecimentos e com isso realizarem- se na sua vida”. Não será isto um “populismo de esquerda” completamente contrário ao tipo de Ensino Básico oficial que sempre esteve, e está, em vigor nas escolas do Reino Unido e dos EUA, como na quase totalidade dos países da Europa?
Será que o primeiro-ministro de Portugal, que diz que os alunos têm de “adquirir conhecimentos e com isso realizarem-se na sua vida”, se esquece que muitos portugueses poderão ter de realizar a sua vida no Reino Unido, na Alemanha, em França ou na Suíça, onde o ensino ainda é mais exigente em termos de exames oficiais do que em Espanha? Não será que isso representa um enorme retrocesso para a vida futura de muitas centenas de milhares de crianças e adolescentes, ao contrário do que se diz? Não será que o tal ensino “inclusivo” e “não selectivo” tão defendido por PCP e BE e pelos esquerdos do PS, consagrado na nova legislação, que obriga os docentes a deixarem passar de ano alunos sem saberem as matérias do ano anterior, leva a graves situações dentro da sala de aula, onde os alunos que passaram sem saberem, por não poderem compreender o que está a ser leccionado, perturbam, das mais variadas formas o funcionamento das aulas?
Naturalmente, para defenderem este tipo de utopias, altamente danosas para os nossos filhos e netos, é que o Governo esquerdo a que estamos todos submetidos resolveu tirar o “oxigénio” que era dado às Escolas PRIVADAS e COOPERATIVAS para elas receberem alunos de famílias carenciadas sem pagarem propinas. Será que o primeiro-ministro de Portugal e os extremos esquerdos que o acompanham não vêem que, dessa forma, os mais prejudicados são, na realidade, os filhos das famílias carenciadas, que são obrigadas a recorrer às Escolas Públicas que têm os piores professores, até porque, como acima se justificou, o ambiente nas salas de aula é péssimo? Mas, com o tempo de antena que o Governo e seus acólitos desfrutam nos meios de comunicação social, martelam-nos os ouvidos dia e noite, com as suas “verdades alternativas” sobre as “benesses” do SEU Ensino “inclusivo” e “não selectivo”. Esta novidade, a das “verdades alternativas” que está a correr mundo, a começar nos EUA e em muitos países da Europa, está a ser usada, com bom proveito, pelas extremas-direitas da França, da Holanda, da Alemanha, da Áustria, da Hungria, da Polónia e até pelo ditador da Turquia, para não falar do czar rosa da Rússia. Trata-se do “populismo de direita” tão discutido agora na “era de Trump”. Veremos os desastres que nos trazem todos estes “populismo” com o seu “Negacionismo”:
Só o que os chefes desses “bandos” dizem e escrevem é que é Verdadeiro.
Tudo o que os meios de comunicação dizem, em contrário, é Falso. Essas “escórias” da sociedade, nacional e internacional, estão tendo poder de compra para terem os seus jornais de grande circulação, TVs, etc. para, martelarem, dia e noite, os ouvidos das “massas”, sempre com a ideia de que “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Foi assim na “era de Estaline”. Foi assim na “era de Hitler”. Foi assim na “era de Mussolini”. Onde estão um novo Winston Churchill e um novo Franklin Roosevelt para salvarem a Europa, os EUA e o Mundo? Com o Direito à Indignação, que o defunto Soares tanto usou, devemos nós, hoje, difundir um Grito de Revolta contra os populismos, sejam eles de direita ou de esquerda.
J. BARREIROS MARTINS
Prof. Cat. Emérito Jubilado de Engenharia
Civil, Universidade do Minho

Comentário:
Este artigo aborda questões relevantes em relação ao sistema de ensino português.  Agora quanto "às Escolas Públicas que têm os piores professores", alto lá! Porque o artigo não é nosso, nada mais se adianta, mas talvez brevemente se comente esta questão dos "piores professores".

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