António
Lourenço Fontes nasceu em Cambezes do Rio, uma
aldeia do Barroso, no município de Montalegre próxima do rio Cávado, em 22 de
fevereiro de 1940. Seu pai esteve emigrado na América, no longínquo ano de
1927, e teve doze filhos.
Ingressou no seminário em
Vila Real, em 1950, saiu em 1962 e diz "o Seminário ocupou quase toda a
minha juventude, não se conta em duas palavras, foi demasiado tempo. E esse
fica, deixa marcas vincadas como as negras batinas dos padres que por ali se
moviam. Alguns poucos quase santos, outros, talvez a maior parte, mais que
diabos".
Conclui a licenciatura em
História na Faculdade de Letras da Universidade do Porto em 1980.
Editou e colaborou em
várias obras: Etnografia Transmontana (2 volumes), Usos e Costumes de Barroso,
Milenário de S. Rosendo, Antropologia da Medicina Popular Barrosã, Chegas de
bois, Raça Barrosã, Las fronteiras invisibles, Contos da raia, Crenzas e mitos
da raia seca ourensana, Ponte da Mizarela, ponte do diabo, Roteiro dos castros
de Montalegre, Roteiro dolménico de Montalegre. Tem ampla colaboração em vários
jornais e revistas regionais.
Fundou e dirigiu o
mensário Notícias de Barroso de 1971 a 2006. Exerceu as funções de empregado,
chefe de pessoal nos Serviços Médico Sociais de Vila Real (Montalegre), de 1973
até 1990. Exerceu as funções de Secretário do gabinete da Presidência na Câmara
Municipal de Montalegre desde 1990 a 2000 e reformou-se.
Foi pároco de Tourém,
Pitões das Júnias e Covelães (1963-71). É pároco em Vilar de Perdizes, Meixide
e Soutelinho da Raia, desde 1971 e Mourilhe (2002-2005)
Dirige no Centro Social
Paroquial de Vilar de Perdizes, de que é fundador e presidente, jardim de
infância, agora centro de dia, cursos de formação: artesanato da lã e do linho
(1986); Plantas aromáticas em 1998, apicultura (1985), de serigrafia, artes
decorativas.
Fez centenas de
conferências por todo o país e no estrangeiro, em universidades, grupos
culturais, escolas, autarquias, etc..
Colaborador permanente da
RTP, TVE, TVG. Participou em filmes da região: Terra de Abril, Terra Fria, 5
dias e 5 noites, não cortes o cabelo que meu pai me penteou, Os demónios,
documentários para a BBC, TV da Holanda e França, UNESCO, Odisseia...
Organizou vários
congressos internacionais: Milenário de São Rosendo, Centenário de S. Bento;
caminhos de Santiago; 19 de Medicina Popular, (desde 83), 2 de religiosidade
popular um de arquitetura popular. 17 encontros de cantadores ao desafio e
concertinas, pelo Natal.
Em 2000-2001 reconstruiu
em Mourilhe o solar do Outão, do séc. XVIII, agora hotel rural Sª dos Remédios,
centro cultural de promoção e divulgação das terras e cultura Barrosã, onde
acolhe turistas, visitantes, doentes, universidades e estudantes, artistas, e
comunicação social.
O Padre Fontes foi
nomeado com o título de "O Maior Arraiano 2010" pela Associação Os
Arraianos.
Em 2012, por iniciativa
dos deputados eleitos pelo distrito de Vila Real foi solicitado ao Presidente
da República Portuguesa que o Padre Fontes fosse distinguido com a Ordem do
Mérito.
Congresso de Medicina
Popular
O Congresso de Medicina
Popular de Vilar de Perdizes, no concelho de Montalegre, realiza-se desde 1983
atrai curandeiros, bruxos, videntes e cartomantes.
Desde 2002 que a Câmara
de Montalegre organiza a "Noites das Bruxas", que decorrem em todas
as "Sextas-feiras 13", e já fazem parte integrante do calendário
cultural da região.
O Ecomuseu de Barroso é
um espaço de memória vocacionado para o desenvolvimento. A ideia de um Ecomuseu
para a região de Barroso resulta da consciência, mas também da preocupação de
salvaguardar um património, nas suas múltiplas componentes, naturais, culturais
e socioeconómicas. Com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento das
populações, abraça o conceito de Museu do Território, no qual repousa a
valorização de recurso chave: população e património.
O Núcleo sede do Ecomuseu
do Barroso está instalado na envolvente do Castelo de Montalegre.
“Agradeço a todos os
barrosões esta homenagem, votada em unanimidade pela Câmara Municipal de
Montalegre e sua assembleia, ao criarem um meu grande sonho o eco museu de
Barroso, com o nome espaço Padre Fontes. Ao personalizá-lo com um nome, quero
devolvê-lo a todos os barrosões que toda a minha vida personifiquei, por todos
os meios e me identifiquei ao mais profundo e sentido pormenor. Nascido e
criado por cá fui bebendo e alimentando, e assumindo, encarnando a forma de
ser, falar, viver e estar Barrosã. Depois de sentir que temos uma identidade
própria, ancestral, comum aos barrosões, agarrei-a, com toda alma e força e
senti necessidade urgente de a preservar, e divulgar usando os meios ao alcance”.
—Padre Fontes
(in: várias fontes, entre elas a Wikipédia)
(in: várias fontes, entre elas a Wikipédia)
Sem comentários:
Enviar um comentário