domingo, 26 de março de 2017

Um país falhado


O foguetório das esquerdas sobre os números do défice (2,1%) é, de facto, arrepiante para os portugueses com alguma decência. E afirmarem que foi o mais baixo da democracia portuguesa ainda mais arrepiante se torna, porque em 1989, quando era ministro das Finanças o Dr. Miguel Cadilhe e primeiro-ministro Cavaco Silva, o défice público português também foi de 2,1%.
Se essa percentagem fosse traduzida na melhoria de vida das populações, ter-nos-íamos congratulado com o facto. Mas não foi. Já se começa a sentir nos vencimentos as patifarias do período de 2011 a 2015 (provocadas pelas governações socialistas de 2005 a 2011). Mas nessa altura estávamos em BANCARROTA, agora para lá caminhamos.
O dr. Costa, assim que foi anunciada a percentagem do défice, utilizou as seitas do costume para transmitir a grande novidade: “Os números são simples: 2,1% de défice, o melhor em 42 anos de democracia, 2% de saldo primário positivo, diminuição de um ponto da dívida líquida, estabilização da dívida bruta e começo da redução, estabilização do sistema financeiro, criação de 118 mil postos de trabalho líquidos. Estes são os números. E contra factos não há argumentos. ”
O diabo anda mesmo por aí. Wolfgang Schäuble já avisou três vezes (pelo menos), o holandês levantou a polémica que levantou a semana passada com as verdades que proferiu, mas que os do costume não gostaram de ouvir (nos outros países ouviram e calaram). E um artigo do economista João Duque no Expresso da semana passada, dedicado a tentar compreender porque mistério a diferença nas taxas de juro a 10 anos entre Portugal e a Alemanha era de 1,85% quanto Costa tomou posse, e hoje é de 3,85%, que João Miguel Tavares transcreveu excertos no Público ontem, diz-nos: “A atividade económica medida através do PIB cresceu menos em 2016 (1,4%) do que em 2015 (1,6%). O consumo interno, apesar de um esforço grande do Governo para o promover, cresceu menos em 2016 (2,3%) do que em 2015 (2,6%). O investimento caiu em 2016 (-0,3%), quando em 2015 tinha subido (4,5%). As exportações cresceram menos em 2016 (4,4%) do que em 2015 (6,1%). O aumento da dívida pública (aproximadamente 7 mil milhões de euros em 2016) foi superior ao défice orçamental do ano (4,2 mil milhões de euros), mostrando que além do adiamento de despesa ainda houve muita que não passou pelo Orçamento.”.
Bem vistas as coisas, vivemos num país falhado. Um país onde o conselheiro bloquista do Banco de Portugal disse em tempos “cobras e lagartos” do Governador do mesmo; um país onde as esquerdas criam uma “offshore” para recapitalizar o “banco público”; um país onde a gatunagem da CGD continua impune; um país onde os ladrões dos bancos insistem em ser inocentes; um país onde os juízes que procuram provas sobre os ladrões são escalpelizados na televisão pública por comentadores corruptos; um país onde as atitudes fascistas como a dos congelamentos das carreiras continuam como normais; um país onde as questões das reformas são discutidas como no circo; um país onde o vulgo trabalha mais de três décadas e os políticos oito anos; um país onde os políticos usufruem de regalias escabrosas comparadas com as dos políticos de países decentes.
Não é o país que tem culpa. A sua História diz-nos o contrário. Se culpa alguém tem, são aqueles que permitiram toda esta ladroagem, toda esta vigarice que permite os privilégios sempre aos mesmos, aos do costume, na penumbra de uma igualdade doentia que atira o país periodicamente para a BANCARROTA económica e social.
É tempo de pugnar por uma verdadeira igualdade a que esta classe politica foi sempre adversa: a igualdade de oportunidades. O dr. Costa repetiu várias vezes que em 2009 o país tinha atingido o menor défice das última duas décadas, mas em 2011 (2 anos depois) estávamos na BANCARROTA, a pedir dinheiro emprestado, e com uma intervenção de resgate da Troika que durou três anos.

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