terça-feira, 20 de dezembro de 2016

As igrejas do Padroado da Universidade de Coimbra – Bispado de Lamego




O património da Universidade era em grande parte constituído pelo seu Padroado, ou seja, o conjunto das igrejas sobre as quais tinha o direito de apresentar os párocos, recebendo rendimentos compostos, sobretudo, pelos dízimos dessas mesmas igrejas, bem como de outros bens a elas anexos.
A responsabilidade da Universidade distribuía-se pela manutenção das condições necessárias para o desempenho das funções litúrgicas, pelo apoio espiritual às populações e pela conservação dos edifícios sagrados com algum valor arquitectónico.
O rumo da antiga Universidade foi profundamente abalado e alterado com a Reforma Pombalina, tanto no que diz respeito ao ensino ministrado, como em relação ao património que possuía e respectiva administração. Com essa reforma, os seus bens passaram a designar-se como pertencentes ao Património Novo ou ao Património Antigo. O Património Novo era constituído pelo conjunto de bens advindos, em 1774, da Companhia de Jesus, dado que o Colégio das Artes com todos os seus bens regressara já à posse da Universidade em 1772, por Provisão de 16 de Outubro . O Património Antigo era formado essencialmente por doações régias. De facto, à altura dos Estatutos de 1559, quase todas as igrejas do seu Padroado provinham do Padroado Real. De resto, estas primeiras igrejas começaram a ser anexadas à instituição, logo no reinado de Dom Dinis, quando o monarca solicita autorização ao Papa Clemente V. Concedida por Bula de 26 de Fevereiro de 1308. O mesmo sucede em 1345 através da Bula de Clemente VI, datada de 10 de Janeiro, que concede a união dos frutos de várias igrejas à Universidade. De modo semelhante, em 1411, é concedida a anexação de uma igreja em cada um dos bispados do reino.
Com D. João III novas incorporações se verificam. É solicitada a união de três igrejas do bispado de Lamego (Santa Maria em Fonte Arcada, Santa Maria de Sardoura e São Martinho de Mouro) e uma do bispado do Porto (Santo Crucifixo de Bouças). É concedida por Paulo III em 1542. Também a pedido de Dom Sebastião, novas igrejas são anexadas à Universidade, por confirmação de Paulo III em 14 de Março de 1538 e 11 de Outubro de 1539.

Este estudo, sobre o Património Novo da Universidade,  realizou-se em dezassete concelhos, oito dos quais da região duriense.
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