quarta-feira, 8 de junho de 2016

Um diamante lapidado com gosto e muita arte


Por: Costa Pereira Portugal, minha terra


Veio-me ter à mão mais uma daquelas peças moldadas a tinta de imprensa que só o Ginho com a sua capacidade e engenho sabe materializar, e que me trouxe da montanha, onde tenho as minhas raízes, uma perfeita imagem histórica, etnográfica e paisagística, com o titulo: Mondim de Basto.
 Enriquecida com imerecida dedicatória, uma ilustrada monografia da vila e do concelho a quem D. Manuel I deu carta de foral e manteve até tarde terras regalengas, este guião turístico leva-nos a usar da perspicácia para quando no terreno entender a linguagem das pedras, dos carreiros e atalhos, dos rios e fontes, da arquitectura urbanística e dos montes e vales, deste concelho escondido da vista, mas que no coração palpita. Começa bem, com:
“Um cibo de terra roubado,/A um mar de pinheiros sem fim, /Um Monte e um Rio ao lado,/E lá no meio – Mondim !!!”. Das “origens” às “histórias & lendas” e dos “factos” aos “ romanos”, nos dá, o autor, a ver em álbum muito bem ilustrado com imagens, prosa e poesia exemplificativa do que de Mondim de Basto só um mondinense do seu calibre á capaz mostrar.

 Temos assim em verso e prosa, ilustrado com imagens, todo um desfilar da história de um concelho rural da região de Basto, que por ficar na margem esquerda do Tâmega e nas faldas do Marão, - onde pontifica o Rio, mas também o Monte Farinha e as Fisgas de Ermelo - é território transmontano, na zona de transição com o Minho, por Celorico e Cabeceiras de Basto (Braga) .
Repetindo o convite com que o autor, Luís Jales de Oliveira, faz ao leitor, transcrevo: “ Dizia o povo que quem bebesse da água do Barrio ficaria enfeitiçado e jamais haveria de partir. Venha beber da nossa identidade e deixe-se enfeitiçar por Mondim”. Muitas vezes lá bebi, mas, por baldoes da sorte, fui dos que resistiram ao feitiço...
 Uma forma original para encerrar este atraente cardápio turístico, com um convite ao leitor do livro a se deter na ementa e escolher a seu gosto. Tem muito por onde, e diversificado. Do património cultural ao construído, do desporto profissional ao amadorismo e de lazer, não falta em Mondim. Sem pretensões de historiador fecundo, mas muito sabedor do que escreve, o Ginho, desce pela mão dos entendidos às remotas origens históricas da nossa terra, mais para varrer poeira que ao longo de séculos se acumulou, para desviando-a  facilitar as gerações futuras e actuais a conhecer o que agora Mondim ainda tem de maravilhoso para mostrar, leva-nos serra fora desde o "castroeyro" à " cruz do Jugal" e pela cumeada até nas grutas de Campanhó. E em Ermelo nos mostrar as Fisgas.  
Uma mostra interessante, a vila, a montanha e as suas aldeias, os ribeiros e ribeiras, as praias fluviais, a fauna e flora do Alvão, as festas e romarias, a música, o folclore, as tradições, os artistas da pedra, da madeira e do ferro, são motivos a juntar a uma gastronomia, onde impera o “verdasco” de muita qualidade, a famosa carne maronesa, o pão cozido nos fornos a lenha, e moído nos típicos moinhos de rodízio, depois de cultivado pelo lavrador nos campos e lameiros de entre Tâmega e Lamas de Ôlo. Mais um diamante lapidado com gosto e muita arte por Luís Jales Oliveira.

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