Tempo Caminhado: Na Casa do Alentejo |
Por:
Costa Pereira - Portugal, minha terra
Como
tinha prometido, não faltei. Ontem, 02 Junho, às 18h00, estava junto à porta do
Palácio Alverca ou Casa do Alentejo para numa das belíssimas salas do imóvel
daquela associação regional assistir ao lançamento de mais um valioso trabalho
da autoria do poeta e prosador João de Deus Rodrigues. Desta vez com o título:
“Burros? Sim, mas só de NOME”. Muita gente admiradora e amiga do conceituado
escritor e etnógrafo transmontano, enchia por completo o salão e uma plateia
muito selecta atenta para ouvir uma filha falar com particular ternura de seu
pai, e de um editor do livro que teceu palavras elogiosas ao povo transmontano.
Com o autor, ladeado pela filha, Drª. Ana Sofia Luís Rodrigues, a apresentadora
da obra, e pelo General José Ribeirinha Dinis da Costa, o prefaciador, na mesa
de honra pontificou ainda o Doutor Fernando Mão de Ferro, das Edições Colibri.
Para
estas cerimónias culturais nunca se deve ir sozinho, porque a cultura é para
ser distribuída por todos e não só para privilegiados, assim procedi, fazendo-me
acompanhar por pessoa que anonimamente presta aos cultores da poesia e da prosa
serviços relevantes. Mas tive que aguardar pois quem trabalha, tem horários a
respeitar e o movimento às horas de ponto na cidade é complicado. Bem o disse o
autor, quando ao agradecer a presença dos participantes, recordou que muitos
para ali estarem aquela hora fizeram-no com algum sacrifício. Mas valeu apena.
Ouvir
dissertar à cerca que não sabemos e quando à volta de um animal que tanto
serviço presta ao homem e tão mal tratado é até no modo de se falar dos dotes
que o caracterizam, foi para uma plateia muito atenta motivo de especial
regozijo. Bem o antecipou no prefácio, o General Dinis da Costa, quando se
refere o interesse do autor por esta espécie: “Mas porque é que o “burro”
merece tal destaque nas suas memórias? Talvez porque o “burro” é dos animais
domésticos, com que ele viveu, que mais se aproxima e interage com todos os
homens e mulheres das aldeias na vida diária dos campos, pela afabilidade,
capacidade de trabalho e disponibilidade no uso diário”.
Aquisição
de mais um livro e uma humanista lição, de carinho, respeito e reconhecimento
pelos animais domésticos foi ali leccionada por um distinto transmontano da
diáspora o qual com toda a sua sensibilidade aludiu à importância deste animal
na vida daquele “povo” que nas nossas aldeias cultiva os alimentos que come
quem trabalha na fabrica, na oficina, na loja, nos escritórios, na escola, no
hospital, os citadinos e vilões, como eu.
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