António Barreto, pertencendo à decência do
país, escreve e opina com princípios (éticos), procurando alertar as
consciências, que são poucas no caso português.
O artigo que escreveu hoje no jornal de
Noticias (Sem Emenda - Pais e filhos. E professores - Diário de
Notícias)
é uma boa reflexão sobre a questão da Educação do país. Aborda, por exemplo, o
tal estatuto do estudante do tempo de
Cavaco Silva, perverso e nefasto para o sistema. Como aborda outras questões
interessantes.
Contudo, nunca houve a preocupação de
resolver o problema do Ensino em Portugal.
Os sociólogos da Educação, há anos que inventam e "vigarizam" o sistema.
Um ou outro comentador, aborda esta ou aquela questão. Mas ir ao fundo da questão, nunca
houve interesse colectivo para tal. Porque foi sempre a mediocridade (como hoje se nota
nesta governança que não ganhou eleições) que impôs as directivas.
O que mais nos impressionou neste artigo
de António Barreto, não foi o escrito em si, foi o comentário online de Maria Rebeca que
reproduzimos por inteiro. Porque esse comentário vai ao âmago (num certo
aspecto) da podridão, do pântano que se instalou na Educação em Portugal há 40
anos, e do qual não sairemos porque nunca ninguém estudou o fenómeno com a
seriedade que devia. E sabem porquê? Porque houve sempre sirigaitas como Edite
Estrela (a dona Edite) que nunca leram Marx, mas dizem umas coisas (para o seu público) como
se fossem afirmações do filósofo judeu. Como por exemplo: “para emprego (ou trabalho) igual,
salário igual”. O que Marx disse foi coisa bem diferente. Leiam o Capital.
A arrogância dos ignorantes é sempre
terrível. Depois do 25 de Abril, e devido à carência enorme de professores para
a democratização do ensino e o alargamento da escolaridade, não houve bicho que
não fosse professor: bastava ter o 12º ano de escolaridade. Depois, a pouco e
pouco, iam acumulando anos de serviço, faziam aqui e ali um ano de faculdade e
ficavam aptos. Foram estes que formaram a 1ª geração post 25 de Abril. Quando
fiz a faculdade, alguns anos depois, os meus colegas chamavam-me tonta pois
sempre assumi que não queria ser professora. "É a única profissão que dá
tantas férias e tão poucas horas de trabalho por dia e tu não queres?"
Não, eu não queria. Para toda essa geração (com exceções, é evidente!) era isso
que importava: poucas horas de trabalho e muitas férias. Foram esses que
espalharam a "peste", que criaram vícios nas escolas e no Ministério,
que se encostaram ao sindicato para que tudo permanecesse na mesma e a vida
fosse simpática. Hoje trabalham mais e as férias são mais curtas, mas os vícios
de funcionamento, em muitos casos, continuam. Há escolas públicas e professores
fabulosos, mas muitas outras continuam prisioneiras de uma mentalidade fechada
à sociedade e ao Mundo. O resultado está à vista. Só com uma definição muito
concreta de objectivos e correndo impiedosamete com os diretores e os
professores que não se enquadrem se poderá fazer a revolução da Escola. Para
isso, obviamente, a Fenprof não está disponível!
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