Miguel
Esteves Cardoso - jornal Público
Hoje
Bob Dylan lança mais doze standards gravados à antiga com equipamento antigo.
Hoje
Bob Dylan lança mais doze standards gravados à antiga com equipamento antigo. O
álbum chama-se Fallen Angels e o site npr.org diz que as canções foram gravadas
nas mesmas sessões donde saíu o arrebatador Shadows In The Night de 2015.
Não
descobri a verdade mas encontrei uma muito longa e interessantíssima entrevista
que Dylan deu à revista AARP. Gugle "dylan aarp uncut" para dar com
ela.
Pois,
eu também não conhecia a revista. A AARP é a American Association of Retired
People e a revista que publica e manda a todos os membros tem uma circulação
superior a 22 milhões de exemplares. É a revista com maior circulação dos EUA.
Na
entrevista Dylan, que eu, tal como muito boa e má gente, considero um génio,
mostra a sinceridade e naturalidade que os génios têm. E dá uma aula de
interpretação dos standards: é preciso acreditar nas palavras que se canta. E
para isso é preciso ter vivido o que se está a contar e a cantar.
Ele
diz que os intérpretes de hoje cantam às pessoas (sing at people) em vez de
cantar para elas (sing to). Arrasa com toda a razão as cagadas de Rod Stewart à
volta do Great American Songbook. E faz o maior elogio a outro artista que
alguma vez vi Dylan fazer: a Frank Sinatra. E fá-lo de uma maneira original,
inesperada e inteligentíssima.
Leia
também ("al schmitt dylan sos") a fascinante (e mais técnica)
entrevista que Paul Tengen fez ao engenheiro de som Al Schmitt sobre como
gravou Dylan a cantar tão perto e tão fundo.
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