sábado, 19 de março de 2016

O Pascoal de Molares

Por: Costa Pereira Portugal, minha terra. 

Nasceu este nosso saudoso amigo na freguesia de Molares, concelho de Celorico de Basto, a 17 de Maio de 1922, tendo falecido no hospital de Arnoia, a 13 de Abril de 1981 e sepultado no cemitério de Britelo, no dia seguinte.
          Foi empregado da Caves do Campo, na sua terra–natal; e de funcionário da Casa do Povo de Fermil de Basto. Mais tarde desempenhou o cargo de fiscal de obras, na barragem da Venda Nova, tendo acabado por se dedicar ao ensino oficial na qualidade de Regente Escolar, missão que desempenhou em São Mamede de Coronado (Santo Tirso) e em Guilhufe (Penafiel).
          Desiludido com a remuneração atribuída ao professorado primário de então, resolveu regressar ao seu concelho que muito amava, deixando, entretanto, muitos  amigos e admiradores por toda a parte aonde passou.
          Tendo casado, no Porto, com D. Maria Eugénia Rodrigues Lopes fixou residência no lugar de Carril, Celorico de Basto, depois de ter vivido algum tempo em Molares.

Com uma vocação extraordinária para a poesia e prosa são inúmeros os trabalhos dispersos que José Lopes deixou publicados por jornais  e revistas do País e cuja recolha e reunião em volume no todo ou em parte é uma divida que Celorico de Basto tem para com este seu filho que poeta nasceu e poeta morreu….
(Clique)
          Autor com António Senra - outro poeta da região - da letra da Marcha  de Vilar de Ferreiros e de um poema consagrado ao Grupo Folclórico e Recreativo de Vilarinho, publicado no nº 3 dessa associação, o “Pascoal de Molares”, José Lopes jamais será  esquecido do povo que "tendo o Marão por encosto e da Virgem o grácil rosto no alto Monte Farinha". A minha homenagem de saudosa memória por ocasião dos trinta e cinco anos do seu passamento.
Também foi dos que acreditou no 25 de Abril, como manifestou por imagem…e versos com que me presenteou pelo Natal de 1974. Hoje duvido que tivesse a mesmo sentimento, uma vez que tudo se mantem como dantes, ou pior.




Mas vamos aos versos:
Boas Festas de Natal
Ao Amigo Costa P’reira
São meus votos sem igual
Pela festa que se abeira !
Neste postal ilustrado
Pelo seu significado
Vê-se a virtude altruísta:
Um democrata aguerrido
Mostra o código temido
Ao seu amigo fascista!
Haja paz, haja concórdia
Também haja misericórdia
Nesta festa de Natal.
Pois Deus também perdoou
Àquele que o matou
E nunca a ninguém quis mal !

José Lopes

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