BARROSO da FONTE |
Foi concelho entre 1287 e 1293 e voltou a sê-lo em 1299. Em 1582
mereceu um novo foral. No século XVI ergueu o seu Pelourinho, sinal de que era,
ao tempo, uma vila com destaque regional.
Pertence hoje ao concelho de Mirandela,
distrito de Bragança. Em 1936 perdeu a
freguesia de Guide que se integrou na de Avidagos. Possui quase tudo aquilo que
uma vila deve ter. Mas a população decresceu, as distâncias aproximaram-se e,
graças à qualidade e ao número de ligações viárias, para mais, após uma reforma
administrativa recente que foi uma aberração nacional, não voltará a ter esse
estatuto administrativo. Sempre foi berço de filhos ilustres. Tive a sorte de
conhecer alguns: nomeadamente os irmãos (sacerdotes) Videira Pires, o sobrinhos
Lucas Pires e Ernesto Rodrigues e ainda o
Nuno Nozelos, recentemente homenageados pela Vila e pela Câmara.
Mas
não escolhi este tema para falar do presente, mas do passado. E adveio-me este
propósito desde que tive acesso ao blogue da associação Dona Flâmula que
instituiu essa tribuna para explicar aos mais novos, como nasceu esta simpática
vila Transmontana.
Pelos anos oitenta/noventa do século passado,
envolvi-me nalgumas guerras e escaramuças culturais, a propósito da História de
Portugal, mormente, sobre três itens acerca da local, do ano e do mês de
nascimento de Afonso Henriques. Havia sido vereador da cultura na Câmara de
Guimarães (1986-1990). Seguiram-se seis anos como diretor (alguns chamavam-me
conservador) do Paço dos Duques de Bragança, do Castelo da Fundação e da Capela
de S. Miguel do Castelo, (em Guimarães), onde se sabe que foi batizado o nosso
primeiro Rei. Até essa altura era consensual que Afonso Henriques nascera em
Guimarães, em 25 de Julho de 1111. Aprendia-se isso quase como dogma de fé.
Era eu representante nacional do espaço e
da administração dos locais, onde essa realidade se passara durante 879 anos,
quando se soube pelos jornais e pelos livros que – afinal – aquilo que durante
todos esses séculos fora teoria dogmática, estava a ser violada por um vulgar
cidadão do distrito de Viseu.
Não
só pelas funções oficiais que eu desempenhava e tinha de defender, mas também
como jornalista que era e continuo a ser, ripostei no Comércio de Guimarães de
que, ao tempo, eu era diretor. Essa «batota» rocambolesca teve foros do tipo
das explosões e atentados islamitas que têm vindo a agitar o mundo. Só não teve
vítimas mortais. Nem as repercussões civilizacionais foram tão catastróficas.
Mas envolveu o mesmo tipo de raiva, de fúria, de estilhaços linguísticos que só
eu e poucos mais estamos enfrentámos em 2009 e que explicaremos se audiovisuais
nos derem tempo de antena numa milésima parte do tempo que concederam aos
provocadores. Se eu tiver saúde e alguma da lucidez com que suportei as
investidas políticas, culturais e psicológicas dos cerca de 25 anos que
passaram desde esse cisma histórico rebentou, talvez os leitores mais jovens
prestem um bom serviço intelectual e ético ao país.
Isto que deixo dito constituirá um oportuno
alvitre a qualquer estudante de História que deseje desenvolvê-lo numa tese
académica. Terá pano para mangas e prestará um altíssimo serviço à cultura
Portuguesa. Apenas me contactará para eu
lhe entregar a documentação que (só eu) tenho e que porá a nu a desfaçatez de
quem pretendeu baralhar a História, para proveito próprio.
Trago à liça este assunto para explicar que
tão desconcertante imbróglio historiográfico trouxe à tona uma espécie de
obrigação de ler a vasta bibliografia do autor dessa proeza, A. de Almeida
Fernandes (1917-2002). O povo diz que no melhor pano cai a nódoa. E aqui se
aplica esse ditado.
Foi ele que, embora a sua formação
académica nada tenha a ver com a História propriamente dita, ao longo de quase
meio século, mais e melhor, terá se envolveu na vasta amplidão do medievalismo.
Uma das suas muitas obras chama-se «A Nobreza na época Vimarano-Portugalense».
Ao longo das suas 430 páginas aborda toda a temática que diz respeito a esse
amplo período que vai desde o I ao II Condados Portucalenses». Foi pena que, no
declínio da sua vida tenha tido a infelicidade de negar a existência do II,
para poder construir a «tal» teoria que sempre defendera durante os anos de
esplendor mental. Dela falaremos noutro contexto, como já falámos em dois
volumes: Afonso Henriques – um Rei Polémico e 900 anos do nascimento de Afonso
Henriques (Editora Cidade Berço, 2009 e 2011). Mas desenvolve muito – e penso
que bem – sobre D. Châmoa Gomes, a quem Afonso Henriques terá feito algumas
carícias e que José Augusto de Sotto
Mayor Pizarro, docente e qualificado genealogista, exarou no artigo «Pela morte
se conhece um pouco da vida», a propósito do testamento de Dona Châmoa Gomes de
Tougues, fundadora do Mosteiro de Santa Clara de Entre-os-Rios». São 13 páginas
bem documentadas que os interessados, na possível ligação a Torre de Dona
Châmoa ou Flâmula Gomes», lá podem encontrar.
Cristina Torrão, no romance «Afonso Henriques
- o homem» permite concluir Châmoa (= Flâmula) pode ter sido uma forte
apaixonada do nosso primeiro Rei. Têm a palavra os especialistas.
Barroso da Fonte
O tema a que se reporta esta explicação tem a maior oportunidade e deveria merecer interesse parlamentar e governativo. Ainda ontem vimos e ouvimos o primeiro Ministro (que de História demonstrou pouco saber) a vomitar um churrilho de asneiras, afirmando que foram revertidos dois feriados fundamentais da nossa História. Quem diz isso, limita-se a ler ou a reproduzir o que até o papagaio dirá. Então o dia 1 de Portugal não é mais importante do que o 1º de Dezembro de 1640. Todos os países celebram como dia de anos aquele em que se tornou independente. Não foi dia 24 de Junho de 1128 que Portugal celebrou «a sua primeira tarde, na Batalha de S. Mamede? E não foi em 25 de Julho de 1139 que se travou a Batalha de Ourique em que Afonso Henriques venceu os 5 reis mouros e pela primeira vez se auto-prolamou REI? Não seria mais correto celebrar o 24 de Junho do que o 1º de Dezembro? Para que aconteça uma restauração é preciso que ela pre-exista. Apenas se restaura aquilo que já existe. Se Portugal se restaurou em 1640 é porque já existia desde há 512 anos. Anda o carro adiante dos bois porquê? Ainda pairam dúvidas acerca da vida do Fundador de Portugal. Mas uma coisa se sabe: quem fundou foi Afonso Henriques. E foi em Guimarães na Batalha de S. Mamede. Isto é tão claro como «branco é galinha o põe». Mas todos os políticos que nos consomem a cabeça e nos levam o couro e o cabelo,pensam mais com os pés do que com a cabeça. Veja-se o novo Presidente da República: Fez festa em Lisboa e dois dias depois veio repeti-la ao Porto. Ele não sabe que Portugal nasceu em Guimarães e que em 1131 mudou o Condado de Guimarães para Coimbra? Se veio ao Porto para celebrar no Norte, deveria ter vindo a Guimarães porque «aqui nasceu Portugal». Os historiadores devem começar pelo princípio, contando a História nascimento para a morte e não do fim para o princípio. Ora ainda se não sabe ao certo quantos filhos teve Afonso Henrique, nem sequer quantas namoradas. Mas sabe-se que foi um grande apaixonado por Dona Châmoa e/ Dona Flâmula.E se voltarem os olhos para Torre de Dona Châmoa, talvez passem a valorizar mais o coração de Trás-os-Montes. João B F.
ResponderEliminarO tema a que se reporta esta explicação tem a maior oportunidade e deveria merecer interesse parlamentar e governativo. Ainda ontem vimos e ouvimos o primeiro Ministro (que de História demonstrou pouco saber) a vomitar um churrilho de asneiras, afirmando que foram revertidos dois feriados fundamentais da nossa História. Quem diz isso, limita-se a ler ou a reproduzir o que até o papagaio dirá. Então o dia 1 de Portugal não é mais importante do que o 1º de Dezembro de 1640. Todos os países celebram como dia de anos aquele em que se tornou independente. Não foi dia 24 de Junho de 1128 que Portugal celebrou «a sua primeira tarde, na Batalha de S. Mamede? E não foi em 25 de Julho de 1139 que se travou a Batalha de Ourique em que Afonso Henriques venceu os 5 reis mouros e pela primeira vez se auto-prolamou REI? Não seria mais correto celebrar o 24 de Junho do que o 1º de Dezembro? Para que aconteça uma restauração é preciso que ela pre-exista. Apenas se restaura aquilo que já existe. Se Portugal se restaurou em 1640 é porque já existia desde há 512 anos. Anda o carro adiante dos bois porquê? Ainda pairam dúvidas acerca da vida do Fundador de Portugal. Mas uma coisa se sabe: quem fundou foi Afonso Henriques. E foi em Guimarães na Batalha de S. Mamede. Isto é tão claro como «branco é galinha o põe». Mas todos os políticos que nos consomem a cabeça e nos levam o couro e o cabelo,pensam mais com os pés do que com a cabeça. Veja-se o novo Presidente da República: Fez festa em Lisboa e dois dias depois veio repeti-la ao Porto. Ele não sabe que Portugal nasceu em Guimarães e que em 1131 mudou o Condado de Guimarães para Coimbra? Se veio ao Porto para celebrar no Norte, deveria ter vindo a Guimarães porque «aqui nasceu Portugal». Os historiadores devem começar pelo princípio, contando a História nascimento para a morte e não do fim para o princípio. Ora ainda se não sabe ao certo quantos filhos teve Afonso Henrique, nem sequer quantas namoradas. Mas sabe-se que foi um grande apaixonado por Dona Châmoa e/ Dona Flâmula.E se voltarem os olhos para Torre de Dona Châmoa, talvez passem a valorizar mais o coração de Trás-os-Montes. João B F.
ResponderEliminarBoa Tarde e desculpe a minha ignorância mas a Chamoa que se refere no texto a dita apaixonada de d. afonso Henriques a flamula Gomes ,não é a mesma flamula chamoa de Torre d Chama " Flamula Rodrigues essa sim a Torreense , a D. Chama , quando morreu ainda d. afonso henriques não tinha nascido . obrigado Victor Medeiros
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