segunda-feira, 28 de março de 2016

Dona Châmoa apaixonada de Afonso Henriques ?

 
BARROSO da FONTE
Foi concelho entre  1287 e 1293 e voltou a sê-lo em 1299. Em 1582 mereceu um novo foral. No século XVI ergueu o seu Pelourinho, sinal de que era, ao tempo, uma vila com destaque regional.
Pertence hoje ao concelho de Mirandela, distrito de Bragança. Em 1936  perdeu a freguesia de Guide que se integrou na de Avidagos. Possui quase tudo aquilo que uma vila deve ter. Mas a população decresceu, as distâncias aproximaram-se e, graças à qualidade e ao número de ligações viárias, para mais, após uma reforma administrativa recente que foi uma aberração nacional, não voltará a ter esse estatuto administrativo. Sempre foi berço de filhos ilustres. Tive a sorte de conhecer alguns: nomeadamente os irmãos (sacerdotes) Videira Pires, o sobrinhos Lucas Pires e Ernesto Rodrigues e ainda o  Nuno Nozelos, recentemente homenageados pela Vila e pela Câmara.
 Mas não escolhi este tema para falar do presente, mas do passado. E adveio-me este propósito desde que tive acesso ao blogue da associação Dona Flâmula que instituiu essa tribuna para explicar aos mais novos, como nasceu esta simpática vila Transmontana.
 Pelos anos oitenta/noventa do século passado, envolvi-me nalgumas guerras e escaramuças culturais, a propósito da História de Portugal, mormente, sobre três itens acerca da local, do ano e do mês de nascimento de Afonso Henriques. Havia sido vereador da cultura na Câmara de Guimarães (1986-1990). Seguiram-se seis anos como diretor (alguns chamavam-me conservador) do Paço dos Duques de Bragança, do Castelo da Fundação e da Capela de S. Miguel do Castelo, (em Guimarães), onde se sabe que foi batizado o nosso primeiro Rei. Até essa altura era consensual que Afonso Henriques nascera em Guimarães, em 25 de Julho de 1111. Aprendia-se isso quase como dogma de fé.
Era eu representante nacional do espaço e da administração dos locais, onde essa realidade se passara durante 879 anos, quando se soube pelos jornais e pelos livros que – afinal – aquilo que durante todos esses séculos fora teoria dogmática, estava a ser violada por um vulgar cidadão do distrito de Viseu.
 Não só pelas funções oficiais que eu desempenhava e tinha de defender, mas também como jornalista que era e continuo a ser, ripostei no Comércio de Guimarães de que, ao tempo, eu era diretor. Essa «batota» rocambolesca teve foros do tipo das explosões e atentados islamitas que têm vindo a agitar o mundo. Só não teve vítimas mortais. Nem as repercussões civilizacionais foram tão catastróficas. Mas envolveu o mesmo tipo de raiva, de fúria, de estilhaços linguísticos que só eu e poucos mais estamos enfrentámos em 2009 e que explicaremos se audiovisuais nos derem tempo de antena numa milésima parte do tempo que concederam aos provocadores. Se eu tiver saúde e alguma da lucidez com que suportei as investidas políticas, culturais e psicológicas dos cerca de 25 anos que passaram desde esse cisma histórico rebentou, talvez os leitores mais jovens prestem um bom serviço intelectual e ético ao país.
 Isto que deixo dito constituirá um oportuno alvitre a qualquer estudante de História que deseje desenvolvê-lo numa tese académica. Terá pano para mangas e prestará um altíssimo serviço à cultura Portuguesa. Apenas  me contactará para eu lhe entregar a documentação que (só eu) tenho e que porá a nu a desfaçatez de quem pretendeu baralhar a História, para proveito próprio.
 Trago à liça este assunto para explicar que tão desconcertante imbróglio historiográfico trouxe à tona uma espécie de obrigação de ler a vasta bibliografia do autor dessa proeza, A. de Almeida Fernandes (1917-2002). O povo diz que no melhor pano cai a nódoa. E aqui se aplica esse ditado.
Foi ele que, embora a sua formação académica nada tenha a ver com a História propriamente dita, ao longo de quase meio século, mais e melhor, terá se envolveu na vasta amplidão do medievalismo. Uma das suas muitas obras chama-se «A Nobreza na época Vimarano-Portugalense». Ao longo das suas 430 páginas aborda toda a temática que diz respeito a esse amplo período que vai desde o I ao II Condados Portucalenses». Foi pena que, no declínio da sua vida tenha tido a infelicidade de negar a existência do II, para poder construir a «tal» teoria que sempre defendera durante os anos de esplendor mental. Dela falaremos noutro contexto, como já falámos em dois volumes: Afonso Henriques – um Rei Polémico e 900 anos do nascimento de Afonso Henriques (Editora Cidade Berço, 2009 e 2011). Mas desenvolve muito – e penso que bem – sobre D. Châmoa Gomes, a quem Afonso Henriques terá feito algumas carícias e que  José Augusto de Sotto Mayor Pizarro, docente e qualificado genealogista, exarou no artigo «Pela morte se conhece um pouco da vida», a propósito do testamento de Dona Châmoa Gomes de Tougues, fundadora do Mosteiro de Santa Clara de Entre-os-Rios». São 13 páginas bem documentadas que os interessados, na possível ligação a Torre de Dona Châmoa ou Flâmula Gomes», lá podem encontrar.
 Cristina Torrão, no romance «Afonso Henriques - o homem» permite concluir Châmoa (= Flâmula) pode ter sido uma forte apaixonada do nosso primeiro Rei. Têm a palavra os especialistas.
                                                                                    Barroso da Fonte


3 comentários:

  1. O tema a que se reporta esta explicação tem a maior oportunidade e deveria merecer interesse parlamentar e governativo. Ainda ontem vimos e ouvimos o primeiro Ministro (que de História demonstrou pouco saber) a vomitar um churrilho de asneiras, afirmando que foram revertidos dois feriados fundamentais da nossa História. Quem diz isso, limita-se a ler ou a reproduzir o que até o papagaio dirá. Então o dia 1 de Portugal não é mais importante do que o 1º de Dezembro de 1640. Todos os países celebram como dia de anos aquele em que se tornou independente. Não foi dia 24 de Junho de 1128 que Portugal celebrou «a sua primeira tarde, na Batalha de S. Mamede? E não foi em 25 de Julho de 1139 que se travou a Batalha de Ourique em que Afonso Henriques venceu os 5 reis mouros e pela primeira vez se auto-prolamou REI? Não seria mais correto celebrar o 24 de Junho do que o 1º de Dezembro? Para que aconteça uma restauração é preciso que ela pre-exista. Apenas se restaura aquilo que já existe. Se Portugal se restaurou em 1640 é porque já existia desde há 512 anos. Anda o carro adiante dos bois porquê? Ainda pairam dúvidas acerca da vida do Fundador de Portugal. Mas uma coisa se sabe: quem fundou foi Afonso Henriques. E foi em Guimarães na Batalha de S. Mamede. Isto é tão claro como «branco é galinha o põe». Mas todos os políticos que nos consomem a cabeça e nos levam o couro e o cabelo,pensam mais com os pés do que com a cabeça. Veja-se o novo Presidente da República: Fez festa em Lisboa e dois dias depois veio repeti-la ao Porto. Ele não sabe que Portugal nasceu em Guimarães e que em 1131 mudou o Condado de Guimarães para Coimbra? Se veio ao Porto para celebrar no Norte, deveria ter vindo a Guimarães porque «aqui nasceu Portugal». Os historiadores devem começar pelo princípio, contando a História nascimento para a morte e não do fim para o princípio. Ora ainda se não sabe ao certo quantos filhos teve Afonso Henrique, nem sequer quantas namoradas. Mas sabe-se que foi um grande apaixonado por Dona Châmoa e/ Dona Flâmula.E se voltarem os olhos para Torre de Dona Châmoa, talvez passem a valorizar mais o coração de Trás-os-Montes. João B F.

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  2. O tema a que se reporta esta explicação tem a maior oportunidade e deveria merecer interesse parlamentar e governativo. Ainda ontem vimos e ouvimos o primeiro Ministro (que de História demonstrou pouco saber) a vomitar um churrilho de asneiras, afirmando que foram revertidos dois feriados fundamentais da nossa História. Quem diz isso, limita-se a ler ou a reproduzir o que até o papagaio dirá. Então o dia 1 de Portugal não é mais importante do que o 1º de Dezembro de 1640. Todos os países celebram como dia de anos aquele em que se tornou independente. Não foi dia 24 de Junho de 1128 que Portugal celebrou «a sua primeira tarde, na Batalha de S. Mamede? E não foi em 25 de Julho de 1139 que se travou a Batalha de Ourique em que Afonso Henriques venceu os 5 reis mouros e pela primeira vez se auto-prolamou REI? Não seria mais correto celebrar o 24 de Junho do que o 1º de Dezembro? Para que aconteça uma restauração é preciso que ela pre-exista. Apenas se restaura aquilo que já existe. Se Portugal se restaurou em 1640 é porque já existia desde há 512 anos. Anda o carro adiante dos bois porquê? Ainda pairam dúvidas acerca da vida do Fundador de Portugal. Mas uma coisa se sabe: quem fundou foi Afonso Henriques. E foi em Guimarães na Batalha de S. Mamede. Isto é tão claro como «branco é galinha o põe». Mas todos os políticos que nos consomem a cabeça e nos levam o couro e o cabelo,pensam mais com os pés do que com a cabeça. Veja-se o novo Presidente da República: Fez festa em Lisboa e dois dias depois veio repeti-la ao Porto. Ele não sabe que Portugal nasceu em Guimarães e que em 1131 mudou o Condado de Guimarães para Coimbra? Se veio ao Porto para celebrar no Norte, deveria ter vindo a Guimarães porque «aqui nasceu Portugal». Os historiadores devem começar pelo princípio, contando a História nascimento para a morte e não do fim para o princípio. Ora ainda se não sabe ao certo quantos filhos teve Afonso Henrique, nem sequer quantas namoradas. Mas sabe-se que foi um grande apaixonado por Dona Châmoa e/ Dona Flâmula.E se voltarem os olhos para Torre de Dona Châmoa, talvez passem a valorizar mais o coração de Trás-os-Montes. João B F.

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  3. Boa Tarde e desculpe a minha ignorância mas a Chamoa que se refere no texto a dita apaixonada de d. afonso Henriques a flamula Gomes ,não é a mesma flamula chamoa de Torre d Chama " Flamula Rodrigues essa sim a Torreense , a D. Chama , quando morreu ainda d. afonso henriques não tinha nascido . obrigado Victor Medeiros

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