MONTALEGRE |
Por Barroso da Fonte
Em 1096 foi ofertado,
como dote de casamento, a D. Teresa e ao conde D. Henrique, mas apenas o Condado Portucalense que se
reduzia ao espaço geográfico, entre os Rios Minho e Douro. Entre 1096 e 1128
foi-se alongando para sul e para nascente, mas só em 24 de Junho de 1128, com a
Batalha de S. Mamede se alterou o direito de propriedade, deixando de pertencer
ao Reino da Galiza para se assumir como reino independente, o que apenas
aconteceria em 1143 numa primeira fase e, em 1179, o reconhecimento
internacional. Nunca foi pacífica a fronteira entre o Tui e Vila Real de Santo
António. Os marcos algumas vezes afastados para um lado e para outro em
batalhas que se foram travando e das quais a História, nem sempre bem contada,
nos ensinou.
Nessa mesma História há
chavões que nem sempre foram explicados e que, de longe a longe, se recordam a
pretexto de vários fatores.
O castelo de Olivença, catalogado por Duarte de Armas |
O castelo da Piconha, catalogado por Duarte de
Armas, como sendo Português, foi vítima do Tratado dos Limites (1864) e gera
«Os Povos Promíscuos» de Rubiás a norte, e mantém Olivença na Espanha, por
razões idênticas. Em 1944 é criado em Lisboa o Grupo dos Amigos de Olivença
(GAO). Fizeram-se diligências e, em 1974, um jurisconsulto espanhol reconhece
os direitos que Portugal tem para reclamar Olivença que, à Luz do Direito
Internacional e da História é Portuguesa.
O castelo da Piconha, catalogado por Duarte de Armas |
Desde 19 de Fevereiro de 2005 ganhou espírito
de corpo associativo, no âmbito da História o Grupo da Piconha, constituído por
onze casais, todos de ligação às Terras de Barroso. Elegeram para plataforma
funcional o «Alcaidado da Piconha» que foi quartel-general do Couto Misto de
Rubiás, tipo «Principado de Andorra» que teve autonomia e direitos próprios.
Olivença |
Em 1742 foi extinto o Regimento de Cavalaria
de Olivença, passando a designar-se por Regimento de Dragões de Olivença. Ainda
hoje existe uma ligação formal entre a unidade militar de Estremoz e os Dragões
de Olivença. Esta visita de 22 cidadãos nascidos ou ligados ao extremo norte de
Portugal, tem um simbolismo nacionalista, tão genuíno como aquele que os levou
a unirem-se e a manter esta chama da Portugalidade. Cá e lá e lá e cá
respira-se o mesmo ar, os mesmos usos e costumes, sentem-se as mesmas nuvens, o mesmo vento, a
mesma chuva e até os mesmos pássaros se abastecem de materiais e de alimentação
para fazerem os ninhos e dar vida aos filhotes.
Ir de Montalegre ao
Alentejo profundo para um encontro com a
História dos quase nove séculos da fundação de Portugal e dos 600 anos da existência
da Casa de Bragança (1401) que nasceu do casamento da Barrosã, D. Leonor de
Alvim, com D. Nuno Álvares Pereira, através da Filha D. Brites com D. Afonso
(seu I Duque) representa uma incursão historiográfica à idade média. Já nessa
altura, seus devotados obreiros, encurtaram nas infindas cavalgadas e tiveram
de empreender, entre a sede, em Chaves (1401) e Vila Viçosa, e Veiros e a todos
os teatros, onde o dever os chamava. Uma nota gratificante nesta visita de
estudo.
Quis o acaso que esta embaixada de Barrosões,
fizesse quartel-general, nos arredores de Monforte, mais propriamente, na
freguesia de Vaiamonte, perto de Estremoz e de Olivença, objetivo primeiro.
Aquela que foi a Herdade de Torre de Palma tem história identificada, desde
1338 e também a data em que foi tomada de assalto pelos trabalhadores, logo
após o 25 de Abril de 1974.
Deixando de lado o
calvário que fez dessa herdade uma unidade hoteleira de recomendável eleição,
direi que quem ali chega entra no paraíso. O bom gosto, a capacidade
empreendedora e a fé em melhores dias, levaram a administração da referida
herdade a concretizar um sonho que muitos gostariam de ter. Espaço quanto se
queira, dentro e fora dos quartos; decoração para todos os gostos; equipamento
técnico disponível: conforto, silêncio, horizontes diurnos e noturnos de encher
o peito; gastronomia para todos os paladares. Um ambiente onde a piscina e a
sombra apetecem, em qualquer época do ano, mesmo que o visitante opte por
escavar ruínas que nos transportam, de regresso, ao séc. VII d. C. Grande visão
turística tiveram a Drª Ana Isabel e o Dr. Paulo Barradas Rebelo.
Barroso da Fonte
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