quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Costa joga tudo para não morrer politicamente


Barroso da Fonte
António Costa anda desesperado porque joga tudo: rasteja, contorce-se e teme «a pena» de morte se não for primeiro ministro. Foi ignóbil para com António José Seguro por este ter ganho as eleições por «poucochinho».  Costa aproveitou este «poucochinho» com o pretexto de  vencer as legislativas e ser primeiro-ministro de Portugal. Partiu a meio o PS cuja Jota o lançou para o profissionalismo político. Não se lhe conhecem obras que o liguem à História. Mas conhecem-se-lhe episódios caricatos: «0 Triunfo dos Burros» que fez furor no Expresso de 2 de Outubro de 1999, quando concorreu à Câmara de Loures. Em vão tentou provar que «os burros podem ser mais rápidos do que os Ferraris.  O asno que propôs subir a Calçada de Carriche, fez menos cinco minutos do que o carro de marca cavalinho».  A foto que ilustra essa derrota do candidato socialista foi tirada por Ilídio Teixeira. E a legenda diz tudo. Resultado: derrota de Costa.
Em Guimarães, quando era ministro da Justiça, levou com uma posta de bacalhau demolhado, no rosto, no Museu Alberto Sampaio. Em 2014, traiu a promessa de cumprir o mandato de quatro anos na Câmara de Lisboa. Espreitou o «poucochinho» da vitória de Seguro e não resistiu aos malefícios partidários, ao dar ensejo, antes e depois da eleição para Secretário Geral do PS, desenterrando eleitores mortos, inexistentes e quotas pagas de quem nunca se filiara.
 Face à derrota recente não teve coragem de se penitenciar, pedindo desculpas públicas, como faria um político sério, ao camarada António Seguro. Nem esboçou o gesto de se demitir do cargo, face à derrota que foi um escândalo e que fez regra em muitas eleições anteriores nos partidos democráticos.
   António Costa não esteve ao nível do que merecia o maior partido da oposição. Um profissional da política não demonstrou credenciais para  ser primeiro ministro. Mesmo assim a Coligação que foi a vencedora daquilo que estava em disputa, à luz de todas as exigências democráticas, António Costa poderia regenerar-se dos erros que cometeu: bastava-lhe colocar o interesse do país acima da vaidade de ser primeiro ministro. Foi o que vários outros políticos do chamado «arco da governação» fizeram no passado: permitir que os vencedores, não tendo ganho com maiorias absolutas, viabilizassem os orçamentos e outras votações para  que cumprissem os seus mandatos.
 A Coligação de direita não celebrou a vitória, nem estamos em maré de celebrar seja o que for, depois do «quase afogamento» de que o pais emergiu. Mas teve a calma necessária para acalmar a poeira da agitação política.
  Se António Costa fosse um democrata a sério, patriota e nacionalista puro, aceitava a derrota com a naturalidade de qualquer ato democrático. E não seduzia dois partidos cujo ideário não rima com as regras da União Europeia. Esse tipo de coligação para fins governativos é, claramente, contra natura. Nunca, antes e durante a Campanha eleitoral, os três partidos se bateram por esse «casamento» de conveniência. Se o tivessem feito talvez assistisse alguma coerência, porque os eleitores, já estariam cientes de que o seu voto poderia provocar essas aberrações. 
 Não ouvindo a mensagem de que a esquerda radical que renega os valores da Europa Comunitária, poderia prescindir desses pontos nevrálgicos, a troco de cargos governamentais e de cedências nunca imaginadas, os portugueses, de todas as áreas políticas,viveram duas semanas peripatéticas, porque, nunca em 41 anos de democracia, tal se vivera.  Óbvio seria que o PS, reconhecendo a vitória, aceitasse, democraticamente, colaborar com a força vencedora para que o país e os portugueses, pudessem recuperar o perdido, durante os anos da crise que perturbou toda a gente.
 Ao invés, o PS, desde o princípio das conversações, apaixonou-se pela nova fórmula mágica que se poderá traduzir pelo seguinte silogismo:
 O PCP e o BE nunca foram poder, nem vislumbram sê-lo, por meio de eleições democráticas.
Ora o PS, único partido que lhe poderá servir de moleta, não pode formar governo porque perdeu.
 Logo nenhum, nem os três juntos, podem formar governo.
 Que aqueles dois pequenos partidos queiram ser governo a qualquer preço, já se adivinhava.
Mas que António Costa ambicione transformar este contrassenso para ser primeiro ministro à força é deplorável, é ridículo e é uma prova clara de que vive imbuído de má fé.
 Escrevo esta reflexão  às 23 h de terça-feira, 20 de Outubro. Espero que o Presidente da República não alinhe nesta geringonça política que seria estender a passarelle para guindar ao poder máximo um derrotado em toda a linha. Se já nem se contenta com o cargo de vice-primeiro ministro que Paulo Portas lhe ofereceu de mão beijada, significa que apenas aceita ser primeiro ministro, o que as eleições de 4 de Outubro lhe negaram, categoricamente, nas urnas.
                       Barroso da Fonte

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