No passado dia quatro de
Outubro a Coligação Social-democrata e Democrata-cristã ganhou as eleições, com
uma margem bastante satisfatória se consideradas as circunstâncias. Com o país
à beira da bancarrota em 2011, sujeitou os portuguese a medidas de austeridade
só atingidas na primeira década de governação do Doutor Salazar. Apesar de
tudo, venceu o acto eleitoral que, só por si, é façanha considerável.
O Dr. António Costa
reconheceu-o na noite eleitoral. E o Dr. Pedro Passos Coelho, na mesma noite,
desenvolveu um discurso onde apontava praticamente os quatro pontos sugeridos
pela força politica perdedora.
Com a vitória da
Coligação desmistificaram-se os argumentos de comentário que proliferaram no
país durante quatro anos. Num país decente, 95% dos comentadores seriam
despedidos. Como o não foram, há uma semana que inventam fantasias governativas
e cenários imaginários de governação! Azar o deles porque vão errar de novo! E
azar o nosso porque irão manter os seus contratos. O que vale é que a maioria
dos portugueses já não perde tempo com eles.
Como esses cenários se
começam a esfumar, viram-se agora para a intervenção do Presidente da
República. Aqui chegados importa uma curta reflexão. O que fez então o
Presidente? Uma coisa muito simples que qualquer cidadão prudente e sensato
faria. Chamou, como mandam as regras, o líder da força política vencedora, e
encarregou-o de encontrar uma solução governativa estável (não o indigitando
ainda como Primeiro-ministro). Com sabedoria relembrou os compromissos do país
com as várias instituições europeias e com a NATO. Não indicou, como alguns (os
do costume) dizem, questões programáticas. Era o que faltava!
O Dr. Passos Coelho tem
agora a tarefa de negociar, como é óbvio, com o Partido Socialista [o que não
implica que o não faça, em certas matérias, com o Bloco e o PCP]. Muitos dos
que votaram na Coligação em 2011, viraram-se para o Bloco, uns poucos para o
PCP e outros tantos para o PS. Mas uma grande percentagem esclarecida votou em
branco. Não o fizeram por questões ideológicas, mas sim por protesto. Protesto
de quê? Protesto da inércia da Coligação.
Livrar o país da
bancarrota, temos de admitir, não foi tarefa fácil. Mas mais difícil é governar
com Justiça! E foi aqui que a Coligação falhou. Ao não corrigir as patifarias (fosse em relação às micro, pequenas e médias empresas, ou em relação ao funcionalismo público)
da governação “socialista” de José Sócrates, pagou o preço respectivo.
Por essa razão criou o
sarilho em que agora estamos metidos, ao não conseguir a maioria que esteve
perfeitamente ao seu alcance – de 12 deputados!
Posto isto, o que irá
acontecer? Essas reuniões (fantasiosas) da esquerda acabarão rápido. O Partido
Socialista, completamente fragmentado pela corrupção anterior (do Estado, note-se bem) vai ter de
apoiar um governo minoritário liderado por Pedro Passos Coelho. Até porque 80% dos votantes socialistas não compreenderiam a "coligação" (imaginária, diga-se) de socialistas com bloquistas e comunistas.
Depois se verá. Ou a Coligação aprende e corrige as patifarias para durar quatro anos com uma força silenciosa a sustentá-la, para ganhar as próximas com maioria, ou durará, quanto muito, ano e meio. Com uma provável vitória de Pirro do PS, que transportará o país para momentos de instabilidade e má governação. Ou seja, de balbúrdia.
Depois se verá. Ou a Coligação aprende e corrige as patifarias para durar quatro anos com uma força silenciosa a sustentá-la, para ganhar as próximas com maioria, ou durará, quanto muito, ano e meio. Com uma provável vitória de Pirro do PS, que transportará o país para momentos de instabilidade e má governação. Ou seja, de balbúrdia.
Uma coisa é certa, a
Coligação pode construir uma matriz para o país, o PS acabou (por largos anos )
como força essencial do regime democrático.
Armando Palavras
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