Há imagens que chocam,
outras comovem. Esta de Euclides Tsakalotos choca e comove. O ministro das
finanças da Grécia, depois da reunião com os parceiros europeus não chorou, mas
a angustia que lhe ia na alma ficou para a história registada nesta imagem.
Os Gregos, por culpa da
sua classe política corrupta, há
cinco anos que vivem em guerra. Na madrugada de Segunda-feira, terminada a
reunião com a Europa e com os credores, os seus representantes (eleitos à cerca
de meio ano) ficaram a saber que têm pela frente mais meia década (pelo menos)
de guerra total. Aguentarão? Só o tempo o poderá dizer.
A Odisseia, atribuída a
Homero, conta-nos as aventuras de Ulisses, ao longo dos dez anos que dura a sua
viagem de regresso a Ítaca. Posídon, o deus do mar, impede-o constantemente
desse regresso, porque havia sido ofendido. Mas Ulisses tem, na assembleia dos
deuses, o apoio da deusa Atena.
Hoje não sabemos quem é
Posídon, se os rostos invisíveis (conhecidos de alguns) dos mercados (que jogam
com a economia das nações conforme lhes apetece), se a própria Europa (que
permite uma certa agiotagem). Nem Atena intercede. O que se sabe é que os
Gregos têm uma tarefa gigantesca pela frente.
Talvez Atena os ouça lá
mais para diante, pois só a insensibilidade e a falta de inteligência permite
um desastre social desta grandeza. Que o digam os dois prémios Nobel da
Economia americanos - Stiglitz e Krugman.
Armando Palavras
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