sábado, 4 de julho de 2015

Os Gregos que decidam


Os números que hoje se conhecem da divida grega, apresentados pelo próprio FMI, são assombrosos. Ao ponto de relatórios preliminares recomendarem o seu alívio (inclusivamente a sua redução por perdão), proporem mais um empréstimo gigantesco (150 mil milhões), iniciando-se o seu pagamento dentro de duas décadas! Uma divida impagável.
As actuais instituições europeias (que permitiram uma certa agiotagem) que não tenham ilusões. Se o “não” vencer no referendo (forma pura de democracia, como há 2500 anos com os seus cidadãos) de Domingo, a Europa vai passar um mau bocado, de décadas. Porque o “não” grego vai alastrar-se. Até porque nesta Europa começa a notar-se a existência de pouco senso. Substituir a política pelo dinheiro é, simplesmente, passar um atestado de incompetência às actuais instituições políticas europeias.
No último quartel do século XIX, vários intelectuais alertaram para a miséria social. Nas suas obras sentiam-se os sons de fundo da revolta, iluminados pelo vermelho das bandeiras. 32 anos depois os bolcheviques (1917)  tomavam o poder na Rússia e depois foi o que todos conhecemos.
Está na hora de revisitar Germinal de Emílio Zola e A Mãe de Gorki.
Armando Palavras

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