Os números que hoje se
conhecem da divida grega, apresentados pelo próprio FMI, são assombrosos. Ao
ponto de relatórios preliminares recomendarem o seu alívio (inclusivamente a
sua redução por perdão), proporem mais um empréstimo gigantesco (150 mil
milhões), iniciando-se o seu pagamento dentro de duas décadas! Uma divida
impagável.
As actuais instituições
europeias (que permitiram uma certa agiotagem) que não tenham ilusões. Se o
“não” vencer no referendo (forma pura de democracia, como há 2500 anos com os
seus cidadãos) de Domingo, a Europa vai passar um mau bocado, de décadas.
Porque o “não” grego vai alastrar-se. Até porque nesta Europa começa a notar-se
a existência de pouco senso. Substituir a política pelo dinheiro é,
simplesmente, passar um atestado de incompetência às actuais instituições
políticas europeias.
No último quartel do
século XIX, vários intelectuais alertaram para a miséria social. Nas suas obras
sentiam-se os sons de fundo da revolta, iluminados pelo vermelho das bandeiras.
32 anos depois os bolcheviques (1917)
tomavam o poder na Rússia e depois foi o que todos conhecemos.
Está na hora de revisitar
Germinal de Emílio Zola e A Mãe de Gorki.
Armando Palavras
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