"Em
casa onde não há pão todos têm razão". O ditado está certo. O meu colega
João Miguel Tavares (JMT), no PÚBLICO de anteontem, escreveu uma crónica com o
título A realidade é de direita.
Nessa
crónica mostrou que não é bem assim. A realidade é a realidade, conforme quem a
vê e a sente. Não pode ser de direita nem de esquerda. A realidade é um
problema e um conceito com milhares de anos. A direita e a esquerda nem sequer
250 anos têm.
Mais
do que esquerda e direita há justiça e injustiça. JMT disse que quem não tem
dinheiro (a Grécia) não tem força. É verdade. É realismo. Mas não é de direita.
Até parece ser mais de esquerda. Mas nem isso é.
O
poder político acresce sempre a quem está perto dos endinheirados. A realidade
é o dinheiro. Mas a falta de dinheiro não é menos real do que o excesso.
Como
conservador e estudante sou obrigado a reconhecer que devemos todas as poucas
democratizações (da saúde, da educação e do sufrágio universal) às exigências
da esquerda mais ou menos social-democrata, socialista ou comunista.
A
realidade, por acaso, é sempre, sempre, invariavelmente, de esquerda. Olhem
para a enorme maioria e multidão dos pobres e comparem-na com a pequeníssima
minoria dos ricos. Descubra as diferenças. Por muitas que sejam, é impossível
detectar todas.
JMT
enganou-se e não foi pouco. A realidade é a realidade. Outra coisa é o poder.
Os ricos têm sempre mais poder sobre os pobres. Sobretudo se os pobres lhes
devem dinheiro.
Dinheiro e razão - PÚBLICO
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