BARROSO da FONTE |
Essa insatisfação que sempre acompanhou
o ser humano hierarquizou uns e outros.
Ao nível da família, da comunidade local, nacional e internacional.
A esse escalonamento chamou
títulos da nobreza. Vêm de longe esses
graus hierárquicos. Essa classificação generalizou-se e estendeu-se a todas as
civilizações. Já ao tempo da Fundação da nacionalidade Portuguesa existiam
estatutos convencionais que se transfeririam para a sociedade portuguesa e,
mais tarde, para a Brasileira. Na monarquia o grau máximo eram o rei ou a
rainha. Estes titulares institucionalizaram-se e, mais tarde, esses graus,
sujeitos a regras, deram origem a constituições e a regimes eleitorais. Platão,
cerca de 500 anos antes de Cristo, já elaborara a sua República, obra
que ainda hoje serve de base às mais modernas constituições para os mais
diversos regimes.
Com a transferência da Corte real
Portuguesa para o Brasil, entre 1808 e 1820, o rei D. João VI originou naquele
país irmão a nobreza brasileira. Em 1821 já tinha agraciado 28 marqueses, 8
condes, 16 viscondes e 21 barões. A cada título nobre correspondia uma
determinada verba pecuniária. Esses títulos nobiliárquicos não eram
hereditários. A árvore genealógica de cada cidadão não poderia apresentar
qualquer motivo adverso à nobreza: bastardia, desobediência à coroa real ou
sangue estranho à pureza dos graus nobiliárquicos.
A perenidade nos cargos por parte dos
filhos obrigava ao pagamento de verbas previstas em tabela afixada
superiormente. Em 2 de Abril de 1860, por exemplo, o grau de Duque custava
2:450$000, o de Marquês, custava: 2:020$000, o de Conde valia: 1:575$000,
Visconde correspondia a 1: 025$000 e o
Barão tinha que pagar 750$000. A wikipédia
fornece esta informação e esclarece ainda que as custas para a obtenção destes títulos tinha também
valores acrescidos: 366$000 para os papéis da petição e 170$000 para custear o
brasão correspondente ao grau. Esses graus eram registados no Cartório de
Nobreza e Fidalguia. Mas, segundo se lê naquela mesma fonte, em 1848,
«desapareceram misteriosamente todos os documentos do Cartório de Nobreza e Fidalguia»
de que era responsável Possidónio da Fonseca Costa, ao tempo, rei de Armas
Principal.
O signatário desta nota, confessa ser
mero aprendiz desta temática, faltando-lhe a linguagem técnica que os
genealogistas manobram com a maior destreza. Quando já tinha a reedição de
dois/três volumes em fase de paginação, para vir a público em meados de 2015,
do Dicionário dos mais ilustres Transmontanos e Alto Duriensese,
resvalei eu, para este ramo das ciências
sociais, deparando-me com alguns autores barrosões e outros de barrosões
descendentes, que seria uma tremenda lacuna não selecionar. Nas pesquisas que
fiz às famílias mais conhecidas de Montalegre e de Trás-os-Montes, encontrei
personalidades inimagináveis.
Eu que nasci numa aldeia que
raramente aparece nos mapas, apenas me alegrando a existência de um naco de
calceta romana da via XVII e aí nascer o Rio Rabagão, acabei de saber que nesse
chão etéreo nasceu Josefa Álvares de Moura (1790-1863) que casou, em primeiras
núpcias, com João Gomes da Silva. Ficando viúva voltou a casar com José Joaquim
Ferreira Caldas. Este nasceu em Lisboa em 17810 e faleceu, em Montalegre, em
1849, com «um coro de corpo presente com 50 clérigos». Uma biografia
riquíssima. Tiveram uma única filha: Maria Isabel Ferreira Caldas que casou
com Sebastião José de Miranda Ataíde de
Melo e Castro. Tiveram duas filhas: Maria Isabel e Maria da Assunção. Estas
duas senhoras foram donas da Casa do Cerrado e estiveram ligadas às
casas nobres da Região: Bragado (Vila Pouca), Carrazedo da Cabugueira,
Morgados de Casas Novas, etc.
A Casa do Cerrado que hoje é
pertença do simpático casal: Sebastião / Isabel
Caldas Afonso, foi berço de muita e nobre Gente de Barroso. Luís Miguel
de Castro Filipe Osório Mora e o Diogo de Paiva e Pona, genealogistas de grande
curso, nos seus muitos estudos sobre Famílias notáveis de Trás-os-Montes,
ensinam-nos muito e neles iremos beber elementos para novas crónicas. Há muitas estórias neste Histórico
concelho da Terra Fria.
Barroso
da Fonte
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