Por: Costa
Pereira
Portugal, minha terra. |
A poucos metros da Sé de Lisboa, situam-se a Igreja e o Museu que a
cidade dedica a um dos seus filhos mais ilustres. O Museu Antoniano (Largo de
Santo António à Sé, 2), instalado ao lado da igreja, onde teria sido a casa dos
pais do santo, tem patente obras das mais variadas expressões artísticas utilizadas
para exprimir a devoção a este célebre lisboeta – esculturas, gravuras,
pinturas, objectos de cerâmica, alfaias litúrgicas e objectos religiosos, entre
outros. Formado em Santa Cruz de Coimbra pela escola de S. Teotónio, este
“agostinho” inicial, acabou por se tornar franciscano e foi o primeiro Doutor
da Igreja da Ordem dos Frades Menores, simbolizando o triângulo bem conhecido –
teólogo de cátedra, pregador de púlpito e missionário no mundo – pelo espírito
de abertura e de compreensão que caracteriza a nossa cultura cristã.
Padroeiro da cidade de Lisboa, Santo António têm na cidade de Pádua a
famosa basílica do Santo, que visitei pela primeira vez em 1992.
Ao entrar o visitante sente-se envolvido numa densa penumbra, mas
logo fica maravilhado com uma característica desta igreja: as sepulturas,
erguidas em homenagem a homens de armas, a estudiosos, a eclesiásticos. Do seu
titular adiante-se que a vocação franciscana surge quando a Coimbra
chegaram os corpos dos primeiros mártires mortos em missão quando a caminho de
Marrocos para evangelizar os mouros. Isto em 1217. Foi a pregação do Evangelho
no espírito de simplicidade, idealismo e fraternidade que tocam fundo no
coração de Fernando que toma o nome de António e assim se torna mundialmente
celebre. Santo António é reverenciado pelos povos de língua portuguesa como
sendo Santo António de Lisboa. Mas em outros países é mais conhecido por Santo
António de Pádua, por lá ter vivido e morrido nessa cidade italiana porque, por
norma, os santos católicos são conhecidos pelo nome da terra onde falecem, onde
normalmente se encontram as suas relíquias, e não onde nascem, como é o caso.
A capela com o túmulo
do Santo (Arca) que contem os restos mortais. Como se apresenta agora, é
obra do renascimento, iniciada em 1500 e terminada no final do mesmo
século.
No
centro da capela do Santo ergue-se o altar-túmulo, obra de Tiziano Aspetti
(1594). Nos, dois grandes candelabros de prata marmórea (séc. XVII).
Ponto de referência é também
a capela das relíquias ou do tesouro. Assim chamada porque ali
estão conservadas numerosas preciosidades históricas e ex-votos junto com
as preciosas relíquias do santuário guardadas em artísticos relicários. Entre esses
o Relicário com a língua de Santo António. Um português ir a Itália e não
visitar Pádua é como ir a Roma e não ver o Papa. Para aperitivo deixo algumas
referências que podem ajudar a abrir o apetite a quem aprecie a vida dos santos
e a sua influência na sociedade humana, religiosa e cultural. E no caso de
Santo António que nasceu em Lisboa, e faleceu em Pádua, trata-se de um santo
que não é português, nem italiano, é como todos os santos um filho de Deus que
viveu no mundo com os pés assentes na terra e a cabeça no céu,
por isso é universal. Mas também é meu e por isso o recordo na véspera do Dia
de Portugal
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