Os Gregos Antigos
fundaram, na essência, a democracia moderna. Porque tudo dependia da vontade da
maioria e não da vontade de poucos. Todos eram iguais no que dizia respeito às
leis. E atribuíam a maior importância ao mérito. Não era a uma classe que eram atribuídos
os cargos mais honrosos, mas ao individuo de mérito. A pobreza não era razão
para que quem nessa condição obscura se encontrasse fosse impedido de prestar
serviços à cidade desde que fosse capaz. E não era por isso, à custa de “leis”
defeituosas (elaboradas apenas para alguns) impedido de prosperar.
Estas ideias estão
expressas no Elogio Fúnebre de
Péricles (Século V a.C.), relatado por Tucídides, na História da Guerra do Peloponeso. E estão expostas no Preambulo da Constituição Europeia. Foram agora, numa
feliz ideia dos responsáveis do IAVE (Instituto de Avaliação educativa, IP),
exibidas em texto de exame da disciplina de História
e Cultura das Artes.
Durante uma geração,
alguns iluminados responsáveis pela governação do país, obscureceram o estudo
dos clássicos. Essa geração ficou carente de conhecimento.
A democracia portuguesa
tem quatro décadas. Construiu-se com altos e baixos, mas com todas as
dificuldades foi caminhando dentro dos princípios do Elogio Fúnebre. Em certos governos o mérito veio ao de cima, os
pobres não deixaram de desempenhar funções com competência e os cidadãos foram
tratados de igual forma perante a lei.
Foi preciso haver
eleições em Fevereiro de 2005 para se deitar tudo a perder. Depois desta
experiência traumática, da bênção do povo para que se faça justiça, o
legislador deve legislar no sentido do Elogio
Fúnebre.
Armando Palavras
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