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Jorge Lage
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2- Por Terras de Eça de Queirós
ou Baião tão perto e a rimar com Marão – Foi com alguma expectativa que no dia
3 de Junho me desloquei a Baião, um município de montanha recortado pelos
meandros do Marão. Afinal, fui a Baião e apenas vi o que os meus olhos
permitiram e alguns me ajudaram. O meu objectivo era recolher memória imaterial
e etnográfica sobre a castanha e o castanheiro. Para isso tive ajuda de
técnicos do município e que com prazer me forneceram os dados que pedi. João
Fragoso forneceu-me uma lista extensa de topónimos do concelho e Arlete
Miranda, da rede social municipal, indicou-me os lares e centro de dia. Na
Misericórdia conversei com os utentes que o técnico Pedro Monteiro já tinha
preparado e me aguardavam no salão. Foi um diálogo e registo interessante, tendo-me
apercebido de um lar bem decorado e concebido, com os utentes felizes.
Informação que foi complementada pelo Director, Duarte, que fez questão de me
mostrar a instituição por dentro e ao longo da conversa fiquei com a convicção
que a qualidade das instalações, o desempenho dos recursos humanos e o
bem-estar dos idosos são pontos de honra, ao ponto de chegarem a receber
utentes do Porto. No Centro de Dia da OBER (Obra de Bem Estar Rural), depois de
ter combinado a ida com o Director, Nuno Moura, tinha uma equipa jovem e
dinâmica que dá aos idosos que acolhem nas boas instalações de dia um ambiente
familiar. Pelos bons momentos que também ali passei e pela felicidade que
transpiravam os rostos sulcados pelos anos, acabei por prolongar a estadia de
meia hora em quase duas horas. A animadora social, Isabel Coutinho, e equipa,
deixava que o animado diálogo, fluísse. Por fim, havia o lanche melhorado, em
que não faltou o delicioso bolo de castanhas para todos, feito pela simpática
equipa da cozinha. Fiquei com a sensação de que o Céu não poderá proporcionar
mais felicidade. Depois de expormos aos directores o que pretendíamos tudo foi
fácil. A bela vila de Baião fica a escassos minutos da A4, desde a saída para o
Marco de Canavezes que, na sua maioria, tem perfil de IC. Em Baião come-se bem
e por bom preço, sendo o anho assado, o cabrito, a vitela e o bacalhau os
pratos principais. Almocei no restaurante «Primabera»
(restauranteprimaverabaiao@hotmail.com,
255542895 e 910129007), recebido com muita simpatia e uma bela vista, na
saída para Amarante, sendo gerido pelo António Fonseca, um conversador nato que
conhece meio mundo e iniciou-se na restauração no Palace Hotel do Vidago, daí
confessar um fraquinho por Trás-os-Montes. Na Biblioteca Municipal e no posto de
Turismo
(turismo@cm-baia.pt,
255540562) a simpatia é a mesma e ali podem-nos lembrar que o Tormes
queirosiano fica a uns 15 minutos, debruçado sobre o rio Douro. As famosas
bengalas produzem-se em Gestaçô, em Frende temos as belas e elegantes cestas de
piorna, na Teixeira temos os artesanais doces da Teixeira. Mas há muito mais
para descobrir e poderá invocar a protecção de Santa Marinha (do Zêzere. Vou
voltar e saborear as belas vistas, a cultura e a boa gastronomia.
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