Eu sei que muitos dos que
escrevem livros, fazem-no por vaidade ou para alimentar o seu umbigo. Eu faço-o
para ser úteis aos outros - às terras e às gentes.
Por isso, quando escrevi «AS
MAIAS ENTRE MITOS E CRENÇAS», fi-lo para dar algum sentido a esta mágica
celebração cíclica, que assinala a entrada do Verão dos Celtas ou encerra a
quarentena do equinócio do Sol.
No meu livro, que está
praticamente esgotado, teitei dar alguma visibilidade e força às Maias
Alentejanas, quer de Portalegre quer de Beja.
Beja parecia-me ter práticas de
celebração que implicavam o colectivo de ruas, enquanto em Portalegre era mais
o espontâneo de um pequeno grupo de meninas amigas, das mesmas brincadeiras,
que se organizavam elegiam a Maia e os colares e grinaldas apareciam.
Assim, depositei mais esperança
em Beja, no coração do Alentejo profundo, parece estar mais virado para
iniciativas culturais e tem mais património construído.
Em Beja, basta quase só os rios
de tinta cultural e sonhadora que tem feito correr a mítica «Soror Marianna
Alcoforado».
- Também os «Alcoforado» perto da
minha terra, no coração de Trás-os-Montes, que fabricam o melhor «bolo-podre»
que conheço. Próximo da «Boleima» da região de Portalegre.
Voltando a Beja, depois de ali
apresentar o meu livro sobre as Maias, em 2013, pelas mãos da Directora da
Biblioteca, Paula Santos, e do agente cultural, Leonel Borrela, grande
especialista e o maior coleccionador de publicações sobre Soror Marianna,
fiquei à espera que fermentasse e com uma «boa levedura da massa» se tornasse
um bom pão cultural para os pacenses ou bejenses.
Este ano de 2015, fui alertado
pela M.ª da Graça (da Senhora da Graça de Mondim de Bastos) que em Beja já
havia um cartaz para as «Festas das Maias de Beja – 2015» e que ocorrerão a 15
e 16 de Maio p.f..
Estou feliz porque a Festa das
Maias se celebram um pouco por toda a Espanha e até pela Europa há
reminiscências desta tradição clássica e celta, gerando animação, criatividade
e sonho. A Galiza tem sido um dos seus expoentes máximos, em que se cruzam a
criatividade artística e poética.
Em Beja, para 15 e 16 de Maio, há
um grupo cultural, em que entra importantes referências, o Barahona e o
Florival, para dar um maior impulso a estas criativas celebrações.
Digo criativas porque basta
implicar as escolas, as associações, os bairros ou ruas e a festa começará a
fermentar, acima de tudo, e aos poucos virá mais gente a Beja para ver esta
tradição. Basta divulgar e a cultura municipal apoiar uma das suas maiores
referências sócio-culturais.
As actoras e os que se revêem
nesta tradição vão sonhar, crescer e serem felizes. A felicidade deve ser uma
das razões supremas da criação humana.
Aguardamos mais boas notícias
sobre «As Maias de Beja 2015» ou de outras que ocorram pelo país.
Parabéns aos organizadores!
Jorge Lage
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