segunda-feira, 23 de março de 2015

Notas de Rodapé 120 - Jorge Lage


Jorge Lage
1- «As Maldades da EDP» no mundo rural – Antigamente a EDP quando desconfiava que as leituras não andavam correctas pedia para ela própria registar a leitura do contador. Portanto, era só combinar o dia e a hora em que estaria lá alguém para facilitar o acesso ao contador. Também, não percebo porque permitiu, durante muito tempo, a instalação dos contadores no interior das residências, não permitindo a verificação de leitura do exterior. Hoje tudo mudou. Há não sei quantas EDP e quando temos dúvidas andamos de uma para outra a tentar resolver o problema que nos criaram. Tudo é EDP, mas quando começamos a resolver o problema, apesar da simpatia, lá nos vão dizendo que as leituras de contadores são com uns e as facturas são com outros. Isto é com a EDP-Comercial e aquilo é com a EDP- Universal e aqueloutro com a EDP-Avarias. Não é fácil resolver-se uma questão sem «andar de Caifás para Pilatos ou para Anás». Mas o que eu queria dizer é que a táctica de alguma EDP refinou. Vou enviando as leituras da EDP de uma casa fechada há dois anos e é sempre a mesma. A páginas tantas, ignoram a nossa leitura e fazem a deles por estimativa atirando com mais de um milhar de kws (quilowatts) e facturam-nos, só me apercebendo da exorbitância quando recebo a factura em casa e a indicar um próximo dia de cobrança. Lá andamos como cachorros meios perdidos e com a culpa, que não temos, em cima dos ombros a resolver os problemas que nos criaram. Podiam primeiro tentar a leitura e só depois facturarem. Mas, primeiro vão-nos ao bolso e depois marcam-nos de uma forma quase arbitrária a hora em que temos de estar à espera como cachorros à espera dos donos. Marcam bem cedo, das 08H00 às 10H00 e não adianta contrapor uma hora mais conveniente para quem mora longe. Não eram precisas «maldades» destas para quem cumpre com a EDP.
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2- Jorge Nunes ex-Presidente do Município de Bragança eleito para vogal da Comissão Directiva do Programa Operacional Regional do Norte – No dia 18 de Fevereiro p.p., Jorge Nunes foi eleito por voto secreto para vogal da Comissão Directiva do Programa Operacional Regional do Norte, tendo vencido o influente António Magalhães, ex-Presidente da Câmara de Guimarães. Estou certo que não vai esquecer os abandonados municípios do interior trasmontano-altoduriense pugnando pelos nossos interesses. Como pessoa e personalidade por quem tenho apreço, desejo-lhe as maiores felicidades. Esta sua vitória na disputa de um lugar eleito democraticamente, teve o sabor de o interior rural vencer o gigante litoral, em que quase tudo corre para eles, até a água dos ribeiros, córregos, riachos e rios.

3- Em memória de Amadeu Ferreira - ficou a língua mirandesa e Trás-os-Montes mais pobres  – Falei com Francisco Niebro, perdão, com Amadeu José Ferreira, natural de Sendim, há mais de duas décadas em Braga, numa sessão cultural sobre o Mirandês. E ficou-me a ideia de ser um homem muito ocupado, como aos poucos fui comprovando. Quando ontem, domingo, um de Março, me cai no iphone a mensagem da sua partida final, não foi uma surpresa, porque o Jorge Golias já me tinha informado da doença que o tomara. Para traz fica uma imensa obra em prol do Mirandês. Paz à sua alma! Também aproveito esta pequena embelga para recordar, superficialmente, o que J. Leite de Vasconcelhos disse dos campos distintos do Mirandês (raiano, central e do sul, mais o dialecto – do Mirandês - o Sendinês)  e que me foi recordado pelo amigo de muitas décadas, António Bárbolo, de picote, especialista em Mirandês e línguas minoritárias. Em linhas muito gerais, o que se diz desta língua minoritária, hoje, mais extensa em território do que em falantes. Estas três divisões do Mirandês e o seu dialecto Sendinês, dada a escassez de falantes com a perda de habitantes comum a todo o Portugal Interior, a partir da década de sessenta do século passado, deve olhar-se para esta língua lusa minoritária como um bem global a defender, já que ela fez parte de um território linguístico trasmontano mais vasto e que a aculturação de séculos foi encurtando.


Jorge Lage – jorgelage@portugalmail.com – 29NOV2014
Provérbios ou ditos:

         A Senhora da Ribeira é merendeira (25 de Março).
         Lua cheia, em Março, trovoada, trinta dias é molhada.
         Eixe de freixo, cantadeiras de giesta, todo o caminho é festa.

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